Portuguesa Magpower estuda investimento em fábrica de painéis fotovoltaicos em Macau

A portuguesa Magpower está a estudar a possibilidade de criar em Macau uma unidade produtiva da terceira geração de painéis fotovoltaicos para servir o mercado da China.

Em entrevista à Lusa, um dos quatro sócios da Magpower, Jaime Ferreira Silva, que se deslocou esta semana a Macau para participar no Fórum e Exposição Internacional de Protecção Ambiental, disse que a empresa assinou na região um protocolo com a Universidade de São José e a empresa CESL Asia para a criação de um centro de transferência de tecnologia.

“Vamos usar a universidade para o teste do protótipo da segunda fase do nosso produto, que nos permita consolidar uma capacidade local tecnológica para, de uma forma mais consistente, trabalharmos o mercado chinês”, disse o responsável.

A ideia é fazer chegar à China ainda este ano a tecnologia de ponta ‘made in Portugal” para a geração de energia solar, através da criação em Macau de uma “plataforma com agentes locais que poderá passar por alguma capacidade produtiva com as baterias apontadas para a China” em termos de exportação, sustentou.

António Trindade, director executivo da CESL Asia, detida pela NETASIA com a Orizon, considera a aposta ganha ao observar que em Macau “existe um espaço claro para as energias renováveis ao nível económico e político”.

A Magpower vê na China, um dos maiores produtores mundiais de fotovoltaico com base na tecnologia tradicional, uma “brecha importante para lançar tecnologia revolucionária” e considera este o momento oportuno para o fazer, não descartando a possibilidade de abrir um escritório de vendas no gigante asiático.

“O Este da China tem uma radiação muito alta e problemas elétricos diabólicos, onde uma planta solar com a nossa tecnologia pode facilmente abastecer aldeias, vilas e até cidades, o que estará enquadrado na lógica a definir pelo Governo chinês para a expansão das renováveis no país”, explicou Jaime Silva.

A Magpower tem 45 funcionários e fábricas no Cacém e Porto com capacidade produtiva de 50 MW por ano.

Nos últimos seis meses abriu escritórios de vendas em Israel e na Bulgária e agora prepara-se para entrar na África do Sul e abrir, em 2011, uma fábrica em Los Angeles, nos EUA, para servir o mercado americano, onde já tem em pipeline mais de 200 milhões de dólares em produção.

A empresa espera fechar o ano com um volume de negócios de 15 milhões de euros, mas tem já em pipeline mais de 100 milhões de euros em projectos para Espanha, Itália e Portugal.

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