Museu Júlio Dinis vai ser renovado este ano após declaração de utilidade pública

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O museu está encerrado há cerca de seis anos Paulo Ricca

O Museu Júlio Dinis, em Ovar, a casa tradicional onde o escritor viveu no Verão de 1863, quando lhe diagnosticaram os primeiros sinais de tuberculose, está encerrado há cerca de seis anos. Diferentes interpretações jurídicas quanto à cedência da habitação, nomeadamente se englobaria ou não a área contígua, têm atrasado o arranque da requalificação do espaço. A vegetação continua a crescer sem regras e há telhas danificadas na habitação, exemplar da arquitectura ovarense.

A câmara está a tratar do processo de declaração de utilidade pública para avançar com as obras ainda este ano. "Não podemos intervir porque o terreno existente não chega para concretizar o projecto, que inclui uma área dedicada aos serviços educativos", adianta o presidente da autarquia, Manuel Oliveira. O projecto de requalificação e ampliação contempla a criação de uma biblioteca dinisiana, serviços de multimédia e informática, oficina de conservação e restauro e um centro de documentação. "A adesão à Rede Portuguesa de Museus é um dos nossos objectivos e, para isso, é preciso obedecer a critérios de qualidade."

O mobiliário e os objectos pessoais do autor de As Pupilas do Senhor Reitor foram entretanto restaurados e encontram-se no núcleo museológico de Arada, em Ovar. A câmara não equaciona mostrar os objectos de Júlio Dinis num outro local, enquanto o museu, inaugurado em 1996, não reabrir as portas. "Não fazia sentido descontextualizar esse espólio", defende Manuel Oliveira.

Alberto Lamy, historiador de Ovar, concorda com essa visão. "É na casa que o espólio deve ser mostrado, as visitas são feitas pela casa, e a habitação deve manter as mesmas características", sustenta.

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