Pólo da Cinemateca deverá vir a chamar-se Casa do Cinema do Porto, diz a directora

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Maria João Seixas visitou há alguns dias a Casa das Artes Enric Vives-Rubio

A recém-empossada directora da Cinemateca Portuguesa, Maria João Seixas, ainda não sabe quando poderá tomar forma o prometido pólo portuense da instituição que dirige, mas garante que o projecto é mesmo para avançar. "Faz parte da agenda diária de trabalho", disse ontem ao PÚBLICO, adiantando que o equipamento deverá vir a chamar-se Casa do Cinema do Porto. "Gosto desse nome", comentou.

Depois de, na semana passada, ter visitado o edifício da Casa das Artes, onde o pólo da Cinemateca deverá ficar instalado, Maria João Seixas voltou ontem ao Porto para apresentar, no Museu de Serralves, o filme Lissabon Wuppertal Lissabon, dedicado à coreógrafa Pina Bausch. Aí, questionada pelo PÚBLICO, a directora da Cinemateca declarou estar "bastante entusiasmada" com a extensão da instituição que dirige ao Porto, embora reconhecendo que o trabalho está ainda muito no início. "É preciso tempo. Quando abrir, tem de ser com solidez, para ter continuidade", disse.

Maria João Seixas afirmou ainda que a Casa das Artes, desenhada por Souto Moura na década de 1980, "está bastante degradada e com falhas bastante à vista". Por isso, acrescentou, o edifício necessitará de uma "intervenção séria" e terá de ser "adaptado a um uso muito específico". Questionada sobre se o edifício da Rua de Ruben A serve para a instalação da cinemateca, a directora foi peremptória: "Vai ter de se adequar."

Cinemateca júnior

A Casa do Cinema do Porto, adiantou a directora da Cinemateca, poderá vir a albergar, para além de uma programação regular de cinema, uma cinemateca júnior à semelhança da que funciona em Lisboa, com oficinas de formação dedicadas aos mais novos. "A falta de uma programação regular de cinema não se colmata de um dia para o outro, mas acredito muito no público mais jovem", disse Maria João Seixas, acrescentando existir também a possibilidade de a extensão portuense da instituição que dirige poder vir a contar com algumas vertentes que não foi ainda possível criar em Lisboa, por falta de espaço. Uma das possibilidades em estudo é a realização de exposições preparadas pelo Museu do Cinema. "Mas isto ainda é sonhar alto", reconheceu.

Sobre a ideia, lançada pelo anterior ministro da Cultura, de uma Cinemateca do Porto dividida em três pólos, com o auditório de Serralves e a Casa do Cinema Manoel de Oliveira, Maria João Seixas considerou que a Casa do Cinema do Porto "terá de se bastar a si própria". Reconheceu, ainda assim, a possibilidade de estabelecer parcerias com a Fundação de Serralves, tendo, de resto, reunido também na passada semana com o director do museu, João Fernandes. "Mas foi apenas uma visita de cortesia", salientou.

João Fernandes admitiu, pelo seu lado, que Serralves está disponível para ajudar a encontrar soluções para a instalação da Cinemateca no Porto e para estabelecer colaborações pontuais com a instituição.

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