Orquestra Clássica do Centro queixa-se da falta de apoios do Ministério da Cultura

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O ministério afirma que a orquestra candidatou-se a um concurso de apoio directo aberto em 2008, não tendo sido considerada elegível Adriano Miranda

A Orquestra Clássica do Centro criticou hoje a falta de apoios do Ministério da Cultura à estrutura, que em 2009 deixou de receber um subsídio plurianual e sobrevive com apoios da câmara de Coimbra e de empresas.

“É uma guerra antiga que temos, para nós é lamentável que o ministério não apoie uma orquestra profissional na zona Centro como a Orquestra Clássica do Centro”, declarou a presidente da direcção, Emília Martins, durante a apresentação da programação para 2010.

A orquestra, acrescentou, recebeu um apoio plurianual do Ministério da Cultura até 2008 e desde então tem-se candidatado a verbas para projectos pontuais, como o de um conjunto de concertos temáticos de homenagem a Frédéric Chopin e Robert Schumann, com realização prevista entre Maio e Junho e cuja candidatura aguarda resposta. “Era importante que se olhasse também para o que é feito no Centro do país, não se consegue perceber por que se questiona o apoio à nossa estrutura”, insistiu a responsável.

O director artístico, maestro Virgílio Caseiro, considerou, por sua vez, a “situação lamentável” e, num tom irónico, agradeceu ao Ministério da Cultura por “querer acabar com esta orquestra”, sublinhando que a autarquia tem sido “a grande mecenas” da instituição. “Não estou a falar de partidarismo mas de política, nunca nenhum governo questionou a existência de um hospital em Aveiro por existirem hospitais em Coimbra”, afirmou, sustentando que o facto de haver uma orquestra regional em Aveiro “não colide com a existência de uma do mesmo género em Coimbra”.

Numa nota divulgada hoje, o Ministério da Cultura informa que a Orquestra Clássica do Centro, entre 2005 e 2008, “usufruiu de apoio financeiro do ministério, concedido através de concurso aberto para o efeito pelo MC/Instituto Português das Artes do Espectáculo (actual Direcção-geral das Artes), tendo recebido neste período 240 mil euros.

A orquestra candidatou-se ao concurso de apoio directo quadrienal, bienal e anual aberto em Novembro de 2008, não tendo sido considerada elegível, adianta.

Nos concursos de apoio directo - apoios pontuais, aberto para projectos a serem desenvolvidos durante o segundo semestre de 2009, a OCC recebeu um apoio de 30 mil euros.

Por outro lado, segundo o ministério, “no âmbito dos Concursos de Apoio às Artes para 2010, a Orquestra Clássica do Centro apresentou uma candidatura, cujos resultados serão conhecidos de acordo com o calendário pré estabelecido e disponível no site da DGARTES”.

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