Silva Pereira reafirma linha do TGV para Porto e Vigo apesar da falta de retorno

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Daniel Rocha

O ministro da Presidência reafirmou hoje a intenção do Governo em construir as linhas de alta velocidade Lisboa-Porto e Porto-Vigo, apesar de um estudo encomendado pelo ministério das Finanças concluir que estas terão pouco retorno ou até mesmo prejuízo.

O estudo encomendado pelo ministério de Teixeira dos Santos a um professor da Universidade do Minho debruça-se sobre o pacote de grandes obras públicas projectadas pelo Governo. E conclui que os investimentos necessários para as duas linhas de TGV para Norte só a longo prazo poderão ter algum retorno no caso do troço Lisboa-Porto e que o as contas do lanço Porto-Vigo deverão mesmo ser sempre negativas. A excepção a este cenário cinzento é a linha Lisboa-Madrid.

Questionado pelos jornalistas na conferência de imprensa sobre a reunião extraordinária do Conselho de Ministros, Pedro Silva Pereira desvalorizou as conclusões do estudo e lembrou que “todos os investimentos implicam, numa primeira fase, um endividamento”. No caso do TGV, vincou, “são investimentos que promovem, a prazo, o retorno para a economia”, e “as análises de custo-benefício são favoráveis a esses investimentos”.

“Não podemos confundir as lógicas de curto prazo com as lógicas estruturais. E o país está numa fase em que precisa de fazer escolhas estruturais”, afirmou. E avisou que Portugal “não pode demorar décadas a discutir os investimentos”, como “os 50 anos para discutir o Alqueva, 40 para o novo aeroporto, e 20 para a alta velocidade”.

“O estudo confirma que estes investimentos são úteis e modernizadores da economia portuguesa”, reiterou o ministro.

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