Ministério da Cultura anuncia oficialmente escolha de Maria João Seixas para a Cinemateca

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Maria João seixas vem preencehr olugar deixado vazio por Bénard da Costa Enric Vives Rubio

O Ministério da Cultura anunciou hoje oficialmente a escolha de Maria João Seixas para a direcção da Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema.

O cargo tinha sido deixado vago pelo afastamento de João Bénard da Costa, devido a problemas de saúde. O antigo director morreu em Maio deste ano. No cargo de subdirector continua Pedro Mexia que tinha assumido a direcção interina.

Segundo o comunicado do ministério de Gabriela Canavilhas, as prioridades para este novo mandato vão para a construção da cinemateca do Porto, a instalar na Casa das Artes, a dinamização da Cinemateca Júnior, no Palácio Foz e o reforço dos projectos de descentralização. A nova direcção deverá, ainda, impulsionar o processo relativo ao depósito e preservação de arquivos fílmicos da RTP no âmbito de um acordo entre a duas partes.

O comunicado apresenta Maria João Seixas como licenciada em Filosofia pela Faculdade de Letras de Lisboa, “tendo desenvolvido intensa e conhecida actividade no sector do Audiovisual e da Comunicação Social”. Foi Directora do Departamento de Produção de Filmes da Secretaria de Estado da Emigração (1978-1980), Directora do Departamento de Venda de Programas da RTC (1980-86) e Vice-Presidente do EFDO European Film Distribution Office (Programa MEDIA) (1989-97, continua o comunicado.

Desempenhou funções de Assessora para os Assuntos Culturais no Gabinete do Primeiro-Ministro António Guterres (1995-97). Foi convidada frequentemente pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas como Animadora de várias Comunidades de Leitores e, ao longo de mais de três décadas, tem sido autora e apresentadora de várias séries de televisão, séries de entrevistas na imprensa e co-autoria de filmes. Participou, também, em vários júris de Festivais de Cinema e de Concursos do ICAM.

A notícia da nomeação de Maria João Seixas, avançada pelo PÚBLICO na passada segunda-feira, foi recebida com um generalizado agrado no meio cinematográfico português, apesar de algumas vozes se terem insurgido, de forma contundente contra a escolha. Foi o caso do realizador António pedro Vasconcelos que, num artigo de opinião publicado no “Sol”, onde criticava o “conservadorismo e “sectarismo” e o favorecimento da programação em detrimento da conservação, protagonizados por Bénard da Costa, perguntando se haveria continuidade desse legado. Já Vasco Pulido Valente, que escolheu o nome de Bénard da Costa enquanto secretário de Estado, em 1980, falava da “nomeação mais escandalosa e incompreensível desde os 25 de Abril”, invocando a falta de competência de Maria João Seixas.

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