Saúde mental: Daniel Sampaio alerta que há distritos sem pedopsiquiatras

O psiquiatra Daniel Sampaio alertou hoje para a carência de pedopsiquiatras em Portugal, afirmando que há distritos sem estes especialistas, o que pode conduzir a diagnósticos tardios ou errados na detecção de doenças mentais nas crianças.

“A cobertura da pedopsiquiatria em Portugal é insuficiente”, tal como acontece noutros países europeus, disse à agência Lusa Daniel Sampaio a propósito do Dia Mundial da Saúde Mental, que se assinala sábado.

Um facto também assinalado pela pedopsiquiatra Cristina Marques, da Coordenação Nacional para a Saúde Mental: “Em todo o país, nem todas as crianças têm acesso fácil a um pedopsiquiatra”. “Há regiões do país que não têm um serviço de pedopsiquiatria a nível distrital”, disse a médica da Unidade de Primeira Infância do Hospital D. Estefânia, apontando como exemplo o Algarve e Castelo Branco.

Cristina Marques salientou que tem sido feito um esforço para aumentar a formação de especialistas nesta área, uma das prioridades do Plano Nacional de Saúde Mental. “No ano passado foram aumentadas as vagas para pedopsiquiatria, tendo entrado, a nível nacional, 10 internos. Este ano também vai entrar um número alargado de internos para pedopsiquiatria”, sustentou.

A escassez de serviços de saúde mental infantil, que devem incluir um especialista, psicólogos e assistentes sociais, pode levar a erros de diagnóstico, segundo Daniel Sampaio. Daniel Sampaio deu como exemplo a hiperactividade com défice de atenção que “muitas vezes é diagnosticada por não médicos, o que põe em questão se o diagnóstico estará correcto”.

“São professores ou psicólogos não especializados a dizer que a criança é hiperactiva, quando esse diagnóstico tem de ser feito por um pediatra especializado nessa doença ou um pedopsiquiatra”, defendeu.

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