Líder da Fenprof diz em comício da CDU que Sócrates distingue entre "cidadãos de primeira e de segunda"

Foto
Mário Nogueira criticou Sócrates Fernando Veludo

O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, acusou terça-feira à noite José Sócrates de fazer distinções entre “cidadãos de primeira e de segunda”, a propósito do envolvimento de governantes e da oposição na campanha eleitoral.

O dirigente da Federação Nacional de Professores respondia assim às declarações do secretário-geral do PS, José Sócrates, que afirmou no sábado que há sindicatos que são instrumentalizados e que funcionam como correia de transmissão de partidos, a propósito da manifestação que juntou dezenas de milhar de docentes em Lisboa, e em que esteve presente a cabeça-de-lista da CDU ao Parlamento Europeu, Ilda Figueiredo.

Naquele que foi o comício da CDU com mais público nesta campanha eleitoral, juntando várias centenas de pessoas que encheram o Largo Gabriel Pedro, terça-feira à noite, em Almada, Mário Nogueira defendeu que “gostariam os governantes e o primeiro-ministro, Sócrates, em particular, que tivéssemos em campanha cidadãos de primeira e de segunda”.

“Os cidadãos que estão no poder poderiam dar a cara pelo seu partido, em campanha eleitoral, mas aqueles que lhe movem combate sindical e social, esses, na opinião deles, deveriam abster-se de tomar partido, apesar de o voto continuar a ser uma das mais importantes armas do povo. Se calhar é por isso que eles não gostam que aqui estejamos”, criticou, numa intervenção ora aplaudida ora interrompida por vaias ao Governo ou gritos de “CDU! CDU!”.

“Têm bom remédio, esses governantes. Se não aguentam, que tomem um calmante, decerto lhes fará bem aos nervos e ajudará a aliviar o ‘stress’ de quem há muito tempo deixou de ter a consciência tranquila por aquilo que anda a fazer a este país”, defendeu.

Sobre os governantes portugueses, o dirigente sindical destacou “a sua prepotência e arrogância, a incompetência técnica e política, a falta de coragem e de vontade políticas para resolverem problemas de fundo e a incapacidade para dialogar e negociar, além de medidas que aprovam sem qualquer suporte científico ou estudo prévio das consequências, mas assentes apenas num senso-comum provinciano, bacoco e parolo”.

Sugerir correcção
Comentar