548 coisas para fazer no dia e na noite dos museus

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No Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, os visitantes terão a oportunidade de fazer o percurso até ao Palácio de Belém em charrete, como outrora fazia a família real Carlos Lopes/PÚBLICO

Ver um espectáculo de capoeira no Museu Nacional de Antiga, ouvir bandas de garagem no Museu Alberto Sampaio, ficar a saber como se pinta um azulejo, passear de charrete ou ser guiado numa visita nocturna pelo passado de Mértola são algumas das 548 coisas que vai poder fazer de amanhã a segunda-feira, quando se comemora o Dia Internacional dos Museus.

Mais de meio milhar de iniciativas vão assinalar, por todo o país, o Dia Internacional dos Museus, que se comemora na segunda-feira, e que este ano, por recomendação do Conselho Internacional de Museus (ICOM), servirá também para chamar a atenção para os potenciais benefícios de uma mais eficaz articulação entre turismo e museologia. Desde as habituais visitas guiadas, passando por concertos, representações teatrais e exibição de filmes, até actividades menos frequentes na programação dos museus, como sessões de ilusionismo, provas de queijos e vinhos, ou campeonatos de xadrez, o mínimo que se pode dizer é que a oferta é ampla e diversificada.

O programa de comemorações intitula-se Noite e Dia dos Museus e Palácios, porque, excepcionalmente, uns e outros estarão abertos, e terão entrada gratuita, hoje à noite e na segunda-feira. Além das instituições dependentes do Instituto dos Museus e Conservação (IMC), as comemorações abrangem todos os outros museus integrados na Rede Portuguesa de Museus. A lista completa das iniciativas previstas, com os respectivos locais e horas, pode ser consultada na página do IMC na Internet: http://www.ipmuseus.pt.

No Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, os visitantes terão a oportunidade de fazer o percurso até ao Palácio de Belém em charrete, como outrora fazia a família real. E poderão ainda assistir à peça de teatro O Coche do Santíssimo Sacramento, de Merimée, interpretada pelo Teatro da Rainha. Tal como muitos outros museus, o dos Coches terá um programa especialmente concebido para as crianças. Ainda em Lisboa, o Museu de Etnologia promove, além de visitas guiadas, diversas oficinas temáticas e um baile tradicional.

Entre os muitos museus que apostaram no teatro para atrair novos visitantes nestes três dias de festa, conta-se, naturalmente, o Museu Nacional do Teatro, com espectáculos das companhias Bica Teatro e Panda Pá/Teatro em Branco. Mas a casa que guarda a memória do teatro também se abriu à música, com concertos pelos Anónima Nuvolari e pelo trio de jazz do saxofonista António Bruheim.

No Museu Nacional de Arqueologia, pode ver oleiros e canteiros a trabalhar, ouvir música de géneros diversos e saborear pastéis de feijão de Torres Vedras ou bolos típicos de Cantanhede. No Museu de Arte Antiga, a proposta a não perder é a apresentação da recém-recuperada Custódia de Belém, mas também haverá visitas guiadas a outras jóias da colecção, como os Painéis de S. Vicente de Fora, concertos e um espectáculo de capoeira.

Memorial no convento

Os artistas Eduardo Nery, Joana Vasconcelos e Cecília de Sousa vão mostrar aos visitantes do Museu do Azulejo como se pinta um azulejo. E o Museu do Traje propõe um programa vastíssimo, muito centrado nas roupas da boneca Barbie, que em 2009 faz 50 anos, embora ninguém lhos dê.

Entre as centenas de músicos que por estes dias se espalharão pelos museus do país, alguns vão estar no Museu da Música. A abrir o programa estarão os Raspa de Tacho, um grupo de choro luso-brasileiro. Outra boa escolha é o Museu do Brinquedo, com actividades pensadas para os pais e para as crianças. Infelizmente, parece que a iniciativa Eu brinquei com um brinquedo do passado se destina aos mais novos. Menos lúdica, mas não menos interessante promete ser a visita nocturna ao Museu de Mértola, guiada pelo arqueólogo Cláudio Torres.

No Porto, o Museu de Serralves reserva às crianças uma boa parte das actividades, e algumas são bastante originais, como a de as pôr a construir instrumentos musicais e, depois, desafiá-las a sugerir que sons da natureza estes lhes lembram. Ainda no Porto, o Museu Soares dos Reis inaugura a exposição Viagens, Viajantes e Contactos com Outras Gentes.

Os palácios nacionais também se juntaram à festa. No de Sintra, mostram-lhe danças de corte do tempo de D. João I, e no de Mafra, local adequado para esse efeito, pode ouvir uma leitura encenada do Memorial do Convento de Saramago. O de Ajuda promete-lhe, um tanto enfaticamente, que irá ver o tecto da Sala de D. João IV “como nunca ninguém o viu”. E no Paço dos Duques, em Guimarães, pode ouvir a Orquestra do Norte. Também em Guimarães, o Museu Alberto Sampaio oferece um programa ousado, que vai desde um festival de bandas de garagem a um torneio de xadrez, jogo que D. João I apreciava.

Uma última sugestão, entre as muitas que se poderiam escolher: no Museu de Penafiel, os militares Carlos Azeredo e António José Maia Mascarenhas falam das invasões francesas. Uma oportunidade para aprender, mas também para visitar este museu, que beneficiou de uma intervenção recente e hoje dispõe de um belo percurso expositivo desenhado por Francisco Providência.

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