União Europeia apoia Europeana face ao avanço do Google Books

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O projecto Europeana ainda está em fase de testes, depois de ter sofrido com o excesso de visitantes após a sua abertura aos internautas, no passado mês de Dezembro Nelson Garrido/PÚBLICO

Os Estados-membros da União Europeia deram o seu apoio ao desenvolvimento do projecto Europeana, a biblioteca digital europeia, face ao rápido avanço do Google Books, um portal semelhante criado pelo gigante informático.

“Foi com grande prazer que digo que ficou claro que os ministros europeus apoiam o desenvolvimento do Europeana", disse a comissária europeia para a Sociedade de Informação, Viviane Reding, no Conselho de Cultura e Audiovisual da UE, celebrado em Bruxelas, cita a agência espanhola EFE.

“Desejaria que os editores europeus se convertam em membros da fundação Europeana, e que o acesso à oferta livre de direitos de autor se estenda na biblioteca virtual europeia”, declarou Reding numa conferência de imprensa.

O projecto Europeana ainda está em fase de testes, depois de ter sofrido com o excesso de visitantes após a sua abertura aos internautas, no passado mês de Dezembro, e estará plenamente funcional em finais de 2010 com pelo menos 10 milhões de obras digitalizadas, segundo a Comissão Europeia.

Os Vinte e Sete e o Executivo comunitário resolveram pronunciaram-se sobre os “riscos e oportunidades” gerados pela iniciativa paralela empreendida pela Google em 2004, que desde essa altura já digitalizou sete milhões de livros das bibliotecas desse país, incluindo “numerosas obras de autores europeus”.

A “velocidade” com que a Google criou as suas bases de dados digitais fica a dever-se essencialmente às digitalizações maciças, sem autorizações prévias de direitos de autor, segundo advertiu a delegação alemã, que sugeriu que se inicie um “debate em profundidade” sobre esta polémica, “a nível europeu”, acrescenta a EFE.

Esta forma de actuar permite à Google ganhar vantagem face a outros projectos de digitalização, como sejam a Biblioteca Digital Mundial ou a iniciativa da organização sem fins lucrativos Internet Archive.

Por seu lado, o ministro da Cultura checo, cujo país ocupa actualmente a presidência da UE, Vaclav Riedlbauch, disse que “ninguém quer evitar a difusão do saber e da informação, mas é sempre preciso encontrar equilíbrio no que toca aos direitos de autor e aos interesses dos editores e dos utilizadores”.

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