Dietistas defendem que falta de dinheiro não é motivo para comer mal

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Os especialistas aconselham a evitar os pequenos-almoços fora de casa Pedro Cunha (arquivo)

A falta de dinheiro devido à crise não é motivo para as famílias deixarem de ter uma alimentação boa, defendem os dietistas, que apontam várias soluções saudáveis. "Não é preciso comer carne e peixe diariamente ao almoço e jantar", explicou a presidente da Associação Portuguesa dos Dietistas, atribuindo a estes alimentos um preço elevado.

Esta opinião é corroborada pela dietista Maria Fernanda Fogaça, que considera que há um consumo muito excessivo de proteínas na alimentação. "As nossas necessidades de proteínas são de um grama por cada quilo e por dia, sendo que só metade devem ser de origem animal", referiu, adiantando: "100 gramas de carne ou de peixe têm 20 gramas de proteínas".

Considerando o elevado preço do peixe e da carne, as duas dietistas defendem um menor consumo daqueles tipos de alimentos. Graça Raimundo aconselha, por exemplo, a confecção de feijoadas, "com pouca gordura", jardineiras ou caldeiradas, pratos que levam menos quantidades de carne e peixe.

"Posso substituir a carne de avestruz ou o bife da vazia por carne de aves, que são mais económicas e também posso substituir a carne e o peixe por ovos e leguminosas, nomeadamente o feijão ou o grão", referiu, aconselhando também a compra de fruta da época e hortaliças. Para esta dietista, esta altura de crise económica poderá também servir para recuperar hábitos antigos, como seja o aproveitamento de restos de comida como o pão para fazer migas ou açordas.

Outro aspecto em que as duas profissionais concordam é na ideia de que se devem evitar os pequenos-almoços fora de casa. "Criou-se muito o hábito de se tomar o pequeno-almoço fora de casa. Acaba por se comer folhados e bolos em vez do pão", disse Maria Fernanda Fogaça, adiantando que também se pode aproveitar o momento para não gastar dinheiro em produtos com açúcar. "São truques que podemos fazer e que estão ao nosso alcance e tem a ver com a organização e gestão dos nossos recursos", sintetizou Graça Raimundo.

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