José de Guimarães expõe "Favelas" no Grand Palais de Paris

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José de Guimarães foi recentemente distinguido com o prémio Dr. Gustavo Cordeiro Ramos DR

O artista plástico português José de Guimarães vai levar a exposição "Favelas", com obras recentes da série "Brasil", às galerias nacionais do Grand Palais, em Paris, onde ficará entre 19 e 23 de Março.

Inspirada na cultura e sociedade brasileira, a mostra inclui instalações compostas por caixas de madeira, néons, retratos, brinquedos em plástico e silhuetas de figuras humanas.

Uma das obras desta série, intitulada "Favela" (2007), foi adquirida pelo Museu Würth de Logronho, onde esteve inserida numa exposição retrospectiva do artista intitulada "José de Guimarães: Mundos, Corpo e Alma".

Esta escultura/instalação – que simboliza aquilo a que o artista chama "favela global", onde estão representados os cinco continentes - foi distinguida recentemente com o Prémio Dr. Gustavo Cordeiro Ramos da Academia Nacional de Belas-Artes.

Nascido em 1939, José de Guimarães adoptou como pseudónimo o nome da sua cidade natal e esteve nos anos 60 em Angola para cumprir o serviço militar, acabando por ali permanecer sete anos que viriam a ser determinantes para a sua forma de criar e entender a arte.

No início dos anos 70 criou um alfabeto ideográfico composto por 130 símbolos, ao qual chamou "alfabeto africano" para desenvolver um processo de comunicação essencialmente assente numa tentativa de osmose entre as culturas africana e europeia.

Também as culturas chinesa, japonesa e mexicana inspiraram José de Guimarães em certos períodos da sua carreira, tendo-se deslocado frequentemente ao Oriente para exposições e criação de obras de arte pública, nomeadamente em Macau.

A comunicação, a guerra, o amor, o erotismo e a literatura são temas presentes nos seus trabalhos, adquiridos por colecções públicas e privadas a nível nacional e internacional como a Fundação Calouste Gulbenkian, a Fundação de Serralves, o Museu Nacional de Arte Contemporânea de Madrid, o Rockefeller Art Center (EUA), o Museu de Arte Moderna de São Paulo, o Museu de Arte Moderna de Bruxelas e o Museu de Angola, entre outros.

Desde 1995 que José de Guimarães reparte a sua actividade entre Paris e Lisboa.

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