Estudo defende que frentes ribeirinhas devem ser espaços naturais e não betonados

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O estudo concluiu que é preciso deixar de controlar artificialmente o rio Daniel Rocha

As frentes ribeirinhas das cidades devem ser espaços naturais e não betonados e alcatroados, conclui um projecto do Centro de Estudos Regionais e Urbanos (CESUR) do Instituto Superior Técnico (IST), cujas conclusões foram hoje apresentadas.

Denominado 'RiProCity - Rios e Cidades, oportunidades para a sustentabilidade', a investigação foi feita com base nas cidades fluviais portuguesas. O projecto teve como objectivo "estudar e perceber a relação de sustentabilidade entre as cidades portuguesas e os seus rios", explica Jorge Silva, investigador no CESUR e um dos coordenadores do projecto. Para o efeito, a equipa de investigação escolheu 75 cidades com rio em Portugal, das 130 existentes.

Entre os resultados preliminares, concluiu-se que é preciso deixar de controlar artificialmente o rio, para se passar a aceitá-lo como parte integrante da cidade, em harmonia natural.

O objectivo final da equipa de investigadores do CESUR é produzir um Atlas das Cidades Fluviais, que vai permitir conhecer melhor o panorama nacional nesta área.

Na Conferência Internacional "Cidades e Rios - Pontes para a sustentabilidade", que decorreu no auditório da Fundação Luso-Americana (FLAD), com a presença do ministro do Ambiente, Francisco Nunes Correia, entre outros, concluiu-se que "é preciso manter a naturalidade entre os rios e as cidades, em vez da superficialidade".

O ministro do Ambiente classificou o tema como tendo "grande oportunidade e importância" e demonstrou que "as relações entre as cidades e os seus rios têm sido assuntos prioritários para o Governo".

Afirmando que se revê no problema da relação entre as cidades os rios e que procura solucioná-lo, Nunes Correia deu como exemplos os programas Polis que, ao longo do país, têm recuperado as frentes ribeirinhas, devolvendo-as aos cidadãos. Além disso, destacou os novos programas Polis XXI, já aprovados em 2006 pelo Governo.

"Estão já lançados três Polis do Litoral, que se relacionam fortemente com o elemento água, nomeadamente, na requalificação das frentes de ria. São os casos do Polis da Ria Formosa, da Ria de Aveiro e também do Litoral Norte". "Nestes três projectos, vão ser investidos cerca de 300 milhões de euros, constituindo assim o maior projecto de requalificação deste tipo em Portugal", adiantou.

O ministro lembrou ainda o projecto do Arco Ribeirinho Sul, que consiste na requalificação de três territórios industriais na margem do estuário do Tejo e será aprovado em Março pelo Conselho de Ministros.

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