Filha de Uderzo não quer Astérix controlado pelo grupo Hachette

Foto
Sylvie Uderzo: Estou a lutar contra os piores inimigos do Astérix, os homens da indústria e da finança DR

Sylvie Uderzo, a filha do desenhador das histórias de Astérix, Albert Uderzo, está contra as condições nas quais o grupo Hachette adquiriu o controlo das Edições Albert René, que publicam os livros do guerreiro gaulês, afirmando que houve “uma manipulação destinada a mudar o curso natural das coisas”.

“Estou contra porque Astérix é o meu irmão de papel”, escreveu hoje num artigo intitulado “Aos leitores de Astérix”, publicado no “Le Monde”.

Em Dezembro de 2008, o grupo Hachette adquiriu 60 por cento da Albert René, tendo também conseguido a autorização de Albert Uderzo, co-criador do Astérix com René Goscinny, para continuar a publicar, após a sua morte, as aventuras do guerreiro. Sylvie Uderzo continua a ser proprietária de 40 por cento da Albert René.

“Estou a lutar contra os piores inimigos do Astérix: os homens da indústria e da finança. Aqueles que levaram o meu pai a renegar todos os valores com os quais ele me educou: a independência, a fraternidade, o convívio e a resistência”, disse Sylvie.

“Não se trata de um conflito familiar, mas da história de uma manipulação destinada a mudar o curso natural da vida e da sobrevivência de uma obra artística”, revela a filha de Uderzo. “Lutarei não contra o meu pai, mas para preservar tudo o que o fez, tudo o que o animou: a sua obra imaginada em conjunto com René Goscinny”, esclarece ainda.

O grupo Hachette adquiriu os 40 por cento da participação na Albert René que pertenciam a Albert Uderzo, assim como os 20 por cento pertencentes a Anne Goscinny, a filha de René Goscinny. Anne estava de acordo que as histórias de Astérix continuassem após a morte dos seus criadores.

Sugerir correcção
Comentar