Paulo Branco tenta travar cartão myZoncard por ameaçar sector cinematográfico

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Paulo Branco defende que o cartão vai diminuir a oferta cultural do país Enric Vives-Rubio (arquivo)

A Autoridade da Concorrência vai pronunciar-se amanhã acerca de uma queixa feita pela Medeia Filmes, sobre o novo cartão myZoncard, que oferece aos assinantes da Zon TV Cabo 52 bilhetes de cinema por ano. A Medeia Filmes acusa a Zon Multimédia de vir trazer consequências irreparáveis ao sector.

O novo cartão da Zon é uma iniciativa concertada com a Zon Lusomundo. Quem é assinante desta empresa de TV Cabo recebeu um cartão gratuito que permite ir ao cinema uma vez por semana, a uma das 200 salas do país exploradas pela ZON Lusomundo.

Paulo Branco, que dirige a distribuidora cinematográfica Medeia Filmes, fez uma queixa à Autoridade da Concorrência numa “tentativa de travar esta ameaça ao sector de exibição cinematográfica em Portugal”, diz o comunicado. Segundo Branco, que gere 20 salas de cinema no país, a iniciativa da Zon vai pôr “cerca de potenciais 40 milhões de entradas gratuitas de cinema nas salas da Zon Lusomundo”, num país onde se vende anualmente “15 milhões de bilhetes de cinema”.

Segundo Paulo Branco, isto levará ao fecho das salas de cinema que não pertencem à Zon Lusomundo e a uma perda do nível cultural no país porque “grande parte dos filmes europeus ou de cinematografias menos divulgadas não têm acesso às salas da Zon Lusomundo”.

O comunicado acusa ainda a campanha de tornar o cinema numa “actividade gratuita, concentrada num monopólio absoluto”. A Zon Lusomundo já é responsável por mais de 60 por cento das receitas de distribuição dos filmes exibidos em Portugal.

A Autoridade da Concorrência vai pronunciar-se amanhã sobre a queixa.

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