Caso Joana: Julgamento das alegadas agressões da PJ a Leonor Cipriano prossegue hoje

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Leonor Ciprinao acusa os inspectores de a terem torturado Melanie Maps (arquivo)

Prossegue hoje no Tribunal de Faro, o julgamento dos inspectores da Polícia Judiciária (PJ), acusados entre outros crimes, de terem agredido Leonor Cipriano, na sequência da investigação ao desaparecimento da sua filha Joana em 2004.

O Ministério Público (MP) acusa três inspectores do crime de tortura, um de não ter prestado auxílio e omissão de denúncia e um quinto é acusado de falsificação de documento.

Entre os arguidos, encontram-se Gonçalo Amaral, ex-coordenador do Departamento de Investigação Criminal (DIC) da PJ de Portimão, que esteve envolvido nas investigações aos desaparecimentos de Joana Cipriano (2004), e da menina inglesa Madeleine McCann, em 2007.

A quinta sessão do julgamento iniciado a 27 de Outubro, ocorreu a 24 deste mês e ficou marcada pelo depoimento de duas das testemunhas, um psicólogo e um perito informático, ambas arroladas pela defesa dos arguidos.

O psicólogo Paulo Sargento assegurou em tribunal que Leonor Cipriano "tem características psicopáticas e propensão para o suicídio", classificando a assistente no processo como uma pessoa "agressiva, desregrada de valores, dissimulada e que não se preocupa com a verdade".

Segundo o especialista em psicologia legal e responsável pelo relatório pericial do Instituto de Medicina Legal realizado após o desaparecimento de Joana, Leonor é uma pessoa com características "psicopáticas", "frieza afectiva", "com traços de baixa socialização", com "propensão para mentir e enfabular", com "traços de omnipresença" e que "não respeita o bem-estar dos outros".

Por seu turno, uma outra testemunha, um especialista em informática, admitiu que as fotografias tiradas a Leonor Cipriano com marcas de hematomas em várias partes do corpo "podem ter sido manipuladas".

Chamado a depor pela defesa do inspector Marques Bom, um dos cinco arguidos no processo, Miguel Custódio disse que as fotografias terão sido passadas por um filtro de software que as manipulou, mas que não é possível determinar se essa manipulação foi feita sem acesso aos ficheiros originais.

As acusações do Ministério Público contra os inspectores da Polícia Judiciária surgiram na sequência dos interrogatórios na PJ de Faro em 2004, altura em que Leonor terá aparecido com hematomas na cara e no corpo no Estabelecimento Prisional de Odemira, onde se encontra a cumprir pena de prisão.

Leonor Cipriano e o seu irmão João Cipriano, foram condenados a 16 anos de prisão cada um, pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver de Joana, a menina de oito anos, que desapareceu em Setembro de 2004 da aldeia da Figueira, em Portimão (Algarve).

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