Juntas de freguesia de Lisboa propõem plano de emergência para combater pobreza

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Os projectos delineados pelas juntas incluem programas para cozinhas de freguesia Nelson Garrido

Os presidentes de seis Juntas de Freguesia de Lisboa reuniram ontem com Paula Teixeira da Cruz, presidente da Assembleia Municipal, para apresentar um plano de emergência que visa o combate à pobreza na cidade, de que é sintoma o aumento dos pedidos de apoio alimentar.

O documento foi subscrito pelas Juntas de Freguesia de Campolide, Graça, Prazeres, Santo Contestável, São João e São José, disse ao PÚBLICO fonte da Assembleia Municipal de Lisboa (AML).

Paula Teixeira da Cruz disse à Lusa que a proposta visa enfrentar "o agravamento das condições sociais", visto os pedidos de apoio alimentar estarem a aumentar. "Há uma emergência de pobreza, já não só na classe média baixa, mas na classe média", declarou a presidente, o que justifica "a constituição deste movimento entre freguesias que pretende fazer face aos problemas que afligem a população". Paula Teixeira defendeu ainda que "um programa integrado de emergência deve ser concretizado".

Os projectos delineados pelas seis Juntas - todas do PPD/PSD - incluem "programas para cozinhas de freguesia" para minorar a fome, a criação de "farmácias de freguesia" e negociação com o Ministério da Saúde para "rever a situação dos postos de saúde, para que possam ser considerados extensões do Serviço Nacional de Saúde".

Na habitação, os subscritores do documento registam "um aumento dos despejos, com a subida das taxas de juro" e propõem "alterar o regime de crédito, com um aumento das moratórias e períodos de carência". Além disso, a proposta prevê que as casas municipais desocupadas possam ser geridas pelas juntas de freguesia.

Quanto à segurança, os presidentes de seis das 53 juntas de freguesia de Lisboa propõem a criação de programas de "voluntariado social" e "voluntariado de vizinhança" para dar atenção às situações mais problemáticas e prevenir o seu agravamento.

Fonte da AML disse ao PÚBLICO que o documento deverá ser encaminhado aos líderes de bancada da Assembleia Municipal e à vereadora da Acção Social da Câmara Municipal de Lisboa entre hoje e segunda-feira.

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