Sindicato apela ao Ministério da Economia para resolver impasse na Ceres

Empresa de cerâmica com 200 trabalhadores pretende retomar actividade mas não consegue obter crédito junto da banca.

A União dos Sindicatos de Coimbra (USC) vai solicitar uma reunião urgente com o Ministério da Economia com o objectivo de discutir o futuro da cerâmica Ceres, que tem a actividade suspensa há cerca de ano e meio devido a dificuldades financeiras.

De acordo com o sindicato, a iniciativa, que conta com o apoio do Governo Civil de Coimbra, pode dar um contributo “decisivo” para o reinício da actividade da empresa, que se encontra neste momento parada devido à falta de capitais próprios para adquirir matérias-primas e retomar a produção.

A intenção do sindicato não é convencer o Estado a injectar capital na empresa, mas apelar para que ajude a desbloquear a situação, promovendo a obtenção de um acordo entre a empresa e a banca.

É que até ao momento, as instituições financeiras contactadas pela empresa não disponibilizaram qualquer linha de crédito, algo que está a comprometer o recomeço da produção e o regresso ao trabalho de cerca de 200 operários. “È inexplicável que uma empresa com um passivo de 8 milhões de euros, mas com um património que é pelo menos o dobro, não consiga obter créditos para retomar a produção”, afirma António Moreira, da USC, criticando a banca por estar mais preocupada em “estimular o consumo” em vez de “promover projectos geradores de emprego”.

Para António Moreira, o Ministério da Economia poderá dar “um sinal de confiança na empresa” para a banca, para que possa ajudar a conseguir a injecção de capital, “tal como fez com a Maconde, em Vila do Conde”.

Segundo o sindicato, a empresa tem todas as condições para ter sucesso, incluindo maquinaria “adequada às necessidades do mercado”, trabalhadores “qualificados” e também uma carteira de clientes “fiel”.

Caso as linhas de crédito não surjam a curto o prazo, o sindicato teme que o fim da empresa se torne inevitável, devido aos montantes ainda por pagar a diversos credores. “Se a situação não se desbloquear, então o mais provável é que um dos credores venha pedir a insolvência da empresa”, afirma António Moreira.

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