Estudo sueco revela que amamentação baixa ansiedade nas crianças

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A OMS considera que o leite materno é o alimento mais completo que o bebé pode receber no início da vida Adriano Miranda/PÚBLICO (arquivo)

Os bebés que foram amamentados com leite materno lidam melhor com o stress na sua vida futura do que os alimentados com um biberão, revela um estudo de investigadores do Instituto Karolinska de Estocolmo.

Os cientistas estudaram um grupo de nove mil crianças para determinar se as que foram amamentados eram ou não emocionalmente mais resistentes, usando como "factor padrão" de stress a separação ou divórcio dos pais, considerada pelos especialistas como uma das piores situações com que a criança se pode confrontar.

O estudo concluiu que as crianças que foram alimentadas ao peito estavam mais preparadas para lidar com este problema do que as outras, mostrando ser "significantemente menos ansiosas".

Em caso de divórcio ou separação dos pais, as crianças amamentadas tinham probabilidades de serem quase duas vezes mais ansiosas do que aquelas cujos pais permaneciam juntos. No caso das crianças que foram alimentadas com o biberão, as probabilidades de serem ansiosas em caso de divórcio dos pais, em comparação com aquelas cujos pais permaneciam casados, subia para nove.

Os investigadores estimam que as crianças alimentadas ao peito sejam dez por cento menos "stressadas" do que as não-alimentadas com leite materno.

Os resultados, publicados no BMJ Journal - Archives of Disease in Child hood, foram baseados numa amostra de nove mil crianças nascidas em 1970, considerando informações sobre se tinham sido alimentadas ao peito e se os seus pais se tinham divorciado ou separado, obtidas aquando do nascimento, aos cinco e aos dez anos.

Aos dez anos de idade da criança, os seus professores responderam a um questionário atribuindo um nível à ansiedade dos alunos.

Os investigadores descobriram que a amamentação tem efeitos benéficos mesmo nos casos em que as crianças amamentadas têm mães jovens ou depressivas e sejam oriundas de classe sócio-económica baixa, padrões associados aos níveis mais elevados de ansiedade.

O impacto positivo da amamentação no stress ocorreu mesmo quando as mães amamentaram apenas algumas semanas.

"Estas crianças eram ainda demasiado novas para estarem expostas a alto s níveis de stress e, em teoria, se não experimentassem a separação ou o divórci o, todas teriam níveis similares de ansiedade, mas as crianças amamentadas tinha m reservas de resistência escondidas", disse Scott Montgomery, o epidemiologista que conduziu a pesquisa.

A OMS considera que o período ideal de duração de aleitamento materno são seis meses e que este alimento é, em termos nutricionais, o mais completo que o bebé pode receber no início da vida, existindo também benefícios psicológicos para a mãe associados ao dar de mamar.

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