Museus em greve entre sexta-feira e domingo

A greve é propositadamente marcada para a época de Páscoa
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A greve é propositadamente marcada para a época de Páscoa André Kosters/Lusa (arquivo)
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O Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Sul e Açores (STFPSA) convocou, a partir de sexta-feira, uma greve de três dias dos trabalhadores dos museus e palácios em protesto contra o trabalho em feriados sem remuneração suplementar.

Artur Sequeira, do STFPSA, diz que a greve visa contestar um decreto administrativo instituído pelo antigo ministro da Cultura Manuel Maria Carrilho, que determina a obrigatoriedade destes trabalhadores laborarem na sexta-feira Santa e domingo de Páscoa sem qualquer remuneração suplementar.

Este despacho deveu-se ao facto de os museus, palácios e sítios arqueológicos portugueses serem muito visitados por espanhóis durante a época de Páscoa.

Segundo Artur Sequeira, o total de trabalhadores de museus e palácios é "superior a 200", dos quais "75 por cento são afectos ao sindicato".

O sindicalista responsabilizou ainda a actual ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, por já ter sido empossada há um ano e continuar sem se reunir com estes trabalhadores, apesar dos vários pedidos que estes trabalhadores lhe têm endereçado.

Artur Sequeira acusa ainda a ministra de não ter iniciado negociações com estes trabalhadores que se "sentem lesados no seu gozo de feriados, folgas e fins-de-semana". Acrescentou tratar-se de uma greve que não é anual, já que não foi cumprida no início do Governo de Durão Barroso, nem no início do Executivo de José Sócrates por ter sido dado a ambos "um benefício da dúvida".

O sindicalista critica ainda o Ministério da Cultura de ter recrutado pelo menos 1500 trabalhadores no mercado social de emprego para preencher lugares nos museus e palácios, considerando essa contratação uma "forma de exploração moderna". "São trabalhadores que se tiverem o 9º ano de escolaridade recebem um salário mínimo e um salário mínimo e meio se tiverem o 12º ano de escolaridade, que exercem tarefas de natureza permanente e que ao fim de 18 meses são mandados novamente para o desemprego e chamados outros", concluiu.

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