O actual presidente e candidato da coligação PSD/CDS-PP à liderança da Câmara do Porto, Rui Rio, viu baixar substancialmente, nos últimos três meses, a vantagem de que dispunha em relação ao seu principal opositor nas eleições de domingo, o socialista Francisco Assis, isto de acordo com uma sondagem da Universidade Católica para o PÚBLICO, RTP e Antena 1.

Neste último estudo, cujo trabalho de campo foi realizado no passado fim-de-semana, Rio surge à frente com 43 por cento, mas Assis consegue um resultado inferior apenas em sete pontos percentuais (36 por cento).

Recorde-se que na sondagem também efectuada pela Universidade Católica para o PÚBLICO na primeira semana de Julho, o actual presidente da autarquia portuense obtinha 55 por cento, enquanto Assis se quedava pelos 29 por cento. Tanto no estudo de Julho como neste agora, os valores referem-se a uma estimativa dos resultados eleitorais, tendo por base todos aqueles que afirmam "ter a certeza que vão votar" e, portanto, excluindo abstencionistas e indecisos.

Face a esta estimativa, Rui Rio deverá ser reeleito presidente da Câmara do Porto e está no limiar da maioria absoluta, o que, se não se concretizar, poderá traduzir-se numa relação de forças semelhante ao deste executivo autárquico, em que uma terceira força (no caso actual a CDU) tem servido como uma espécie de fiel da balança entre socialistas e a coligação de centro-direita.

Olhando para os resultados brutos, a vantagem de Rui Rio sobre Francisco Assis é ainda menor, ficando nos quatro pontos percentuais (33 por cento e 29 por cento), isto com um universo de 11 por cento de indecisos, ou seja, um valor exactamente igual ao da sondagem da Católica efectuada em Julho. Então, Rio obtinha uma intenção directa de voto na casa dos 38 por cento e Assis apenas metade deste valor - 19 por cento. Face a estes resultados, a sondagem de Julho da Católica estimava um score de 55 por cento para Rui Rio e de 29 por cento para Francisco Assis.

Salvaguardando a distância, os protagonistas e a própria conjuntura política, de alguma forma a situação verificada nestes duas sondagens da Católica para as eleições do próximo domingo é semelhante à de há quatro anos. Então, num primeiro estudo, também da Católica, o socialista Fernando Gomes obtinha uma clara vantagem, com uma larga maioria absoluta, face ao seu principal opositor de 2001, precisamente Rui Rio. Na última sondagem que a Católica fez para o PÚBLICO nessas eleições, já na fase final da campanha, o mesmo Fernando Gomes surgia claramente em perda, mas mesmo assim ganhava, embora sem maioria absoluta. Como se sabe, Rui Rio ganhou e obteve então seis mandatos, precisamente os mesmos dos socialistas, enquanto a CDU elegeu um único vereador, Rui Sá, que é agora novamente candidato.

Voltando à actualidade, a evolução dos resultados entre Julho deste ano e o início deste mês mostra não só uma aproximação entre Rio e Assis, mas também entre Rui Sá e João Teixeira Lopes, o cabeça de lista do Bloco de Esquerda. Há três meses, o candidato comunista tinha na sondagem da Católica um resultado bruto de seis por cento e uma estimativa eleitoral de nove por cento. Quanto a Teixeira Lopes, essa mesma relação era de dois por cento (bruto) e três (estimativa). Agora, Sá mantém os mesmos seis por cento em termos de intenção directa de voto, mas a estimativa aponta apenas para sete por cento. Já o também deputado do BE obtém agora um resultado bruto de quatro por cento e uma estimativa de seis por cento, ou seja, está praticamente a pisar os calcanhares de Rui Sá. Recorde-se que nas últimas legislativas que deram a maioria absoluta a José Sócrates, o Bloco de Esquerda obteve na cidade do Porto um resultado ligeiramente superior ao da CDU (8,5 por cento/sete por cento).