Festroia sem apoio do ICAM pela primeira vez em 20 anos

No ano em que celebra o seu vigésimo aniversário, o festival de cinema Festroia foi excluído dos apoios anualmente concedidos pelo ICAM e que nesta edição representavam 20 por cento do orçamento do certame.

Mário Ventura Henriques, director do festival, lamenta que o Festroia tenha ficado de fora do leque de apoiados - 18 num total de 25 candidatos - com base em argumentos que "nem mesmo se coadunam com o regulamento de candidatura".

Segundo a organização do certame, "a informação da ausência de subsídio, tendo chegado tão perto da data de realização do festival, que decorre de 4 a 13 de Junho, vai obrigar a uma actuação de emergência que passará por cortes rigorosos na programação".

O júri, composto por Isabel Alves Costa, Mário Jorge Torres, Eurico de Barros, António Pascoalinho e Artur Castro Neves, apresentou como principal razão para a exclusão a escassez de público do certame, alegando que tal se fica a dever às películas seleccionadas.

Considerando a atitude do júri "indigna e irresponsável", Mário Ventura Henriques declarou à Lusa que o que este contesta no âmbito da não atribuição de subsídio é precisamente "o motivo pelo qual o festival tem o apoio da Comissão Europeia, ou seja, o facto de divulgar cinematografias de pequena produção".

Por seu lado, e assegurando que o ICAM "mantém a confiança no júri", Elísio Cabral de Oliveira, presidente da direcção do Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimedia, garantiu à Lusa que "a decisão não é discriminatória nem persecutória do Festroia, nem pretende marginalizar o certame ou a sua organização".

Acrescentando que "este ano teve lugar uma redistribuição de fundos", o responsável declarou que "o facto do festival ter sido excluído desta vez em nada impede que se volte a candidatar no futuro e que, numa próxima edição, obtenha apoios".

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