Vinte anos de prisão para assassino de opositor de Putin

Boris Nemtsov foi morto a tiro em Fevereiro de 2015, a pouca distância do Kremlin.

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Anzor Gubashev, um dos alegados cúmplices, e Zaur Dadaiev, na audiência desta quinta-feira Tatyana Makeyeva/Reuters

Em Junho, tinham sido considerados culpados. Agora, chegaram as longas penas de prisão: Zaur Dadaiev, o tchetcheno que a justiça russa acusa de ter assassinado um dos principais críticos de Vladimir Putin, Boris Nemtsov, foi condenado a 20 anos de cadeia; os seus quatro cúmplices, também tchetchenos, foram condenados a penas entre os 11 e os 19 anos.

Boris Nemtsov foi morto a tiro na Grande Ponte de Pedra, perto do Kremlin, um dos lugares mais vigiados do mundo, quando regressava a casa depois de jantar com a namorada. Foi atingido com seis tiros – Dadaiev começou por confessar ter sido o autor dos disparos e ter sido pago para cometer o assassínio, contratando a restante equipa; depois, negou tudo e disse ter confessado sob tortura.

A morte do opositor, em Fevereiro de 2015, suscitou inúmeras teorias e os seus advogados acreditam que o mandante ou mandantes do crime nunca serão apanhados, defendendo que serão figuras importantes na Tchetchénia e leais a Putin.

Dadaiev foi membro de uma unidade militar de elite às ordens do homem-forte da Tchetchénia, o actual presidente e antigo comandante do movimento independentista, Ramzan Kadirov. Os advogados da família de Nemtsov pediram uma investigação a Kadirov e ao seu círculo próximo, mas um mês depois do homicídio, Putin condecorava o tchetcheno.

Milhares de russos já marcharam várias vezes nas ruas do centro de Moscovo em memória de Nemtsov. Antes de ser morto, o opositor ia tornar público um relatório que reunia provas do envolvimento das Forças Armadas regulares russas ao lado dos separatistas no conflito do Leste da Ucrânia.

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