Venezuela sairá "airosa" das dificuldades criadas pela "direita internacional"

Deputado Dario Vivas, dos Socialistas Unidos da Venezuela, garante que o partido estará com o Presidente Nicolás Maduro a 100% até ao final do mandato.

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O deputado venezuelano Dario Vivas, do PSUV, participou na conferência da Eurolat na Assembleia da República DR

Os problemas internos da Venezuela devem ser resolvidos apenas pelos venezuelanos, com o actual Presidente, Nicolás Maduro, sem qualquer intervenção estrangeira. E a solução chegará “ainda este ano”, acredita o deputado Dario Vivas, do Partido Socialista Unido da Venezuela, que garante que o país está a sofrer um “ocultamento, pela direita internacional, dos alimentos e medicamentos”, que já escasseiam naquele Estado sul-americano.

O parlamentar, que está em Lisboa para participar na conferência da Eurolat, defende que a Venezuela está também a ser alvo de uma campanha mediática com “manipulação e mentiras para criar um clima propício a alguma intervenção ou golpe de Estado para acabar com a democracia, a paz e a tranquilidade” do país. Nicolás Maduro denunciou essa campanha "brutal" esta terça-feira, em Caracas,

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, onde decorreram os trabalhos da Eurolat entre segunda e quarta-feira, Dario Vivas insurgiu-se contra a “ingerência directa da oligarquia internacional e o imperialismo norte-americano em assuntos internos da Venezuela, que originou toda uma situação de dúvida sobre um golpe de Estado que a direita internacional está a tentar provocar”.

Vivas deu como exemplo as declarações e atitudes de Jean-Claude Juncker, Álvaro Uribe e Barack Obama – este último por ter ratificado um decreto considerando a Venezuela uma “ameaça internacional”. Mas o deputado vincou que encontrou em Lisboa, nos partidos de esquerda europeus e da América Latina uma “altíssima solidariedade” com a gestão de Nicolás Maduro. A Declaração de Lisboa dos Parlamentares de Esquerda da Eurolat critica as “acções desestabilizadoras contra o Governo legítimo e democrático” de Maduro, que merece “solidariedade e apoio”, e “rejeita categoricamente” as declarações “de ingerência, desrespeitosas e violadoras dos princípios do Direito Internacional”.

O deputado prevê que “ainda este ano” se consigam resolver os problemas com a falta de alimentos e medicamentos no país, cuja escassez atribuiu a uma espécie de bloqueio da “direita internacional” – mas não explicou como. Disse que a manifestação desta quarta-feira em Caracas prova que na Venezuela “há uma democracia de participação e todos podem mostrar nas ruas a sua posição política” e “não uma ditadura”.

Questionado pelo PÚBLICO sobre se a impopularidade de Maduro que as sondagens mostram – sete em cada dez venezuelanos discordam da sua gestão – poderá determinar a falta de apoio do partido ao Presidente, Dario Vivas rejeitou liminarmente. “O Presidente foi eleito numa votação soberana e universal até 2018, e entregará o Governo em 2019. Nós acompanharemos o Presidente durante todo esse período, a 100%”, garantiu o deputado acrescentando que há um apoio marcado da sociedade ao plano de desenvolvimento de sectores como o turismo, farmacêutico, alimentar, petroquímico ou energético.

Acreditando que a Venezuela continuará a ser alvo de uma “contra-revolução”, e citando o “golpe de Estado” e o “ataque à indústria petrolífera” de 2002, os “ataques do imperialismo desde 2013”, Dario Vivas diz que os venezuelanos “são filhos das dificuldades”: “Perante as dificuldades e as crises que a direita nos montou saímos sempre airosos. E desta situação de agora também sairemos airosos.”

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