Turquia terá espiado opositores na Alemanha

Berlim avisa que não tolerará espionagem estrangeira no seu território.

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FELIPE TRUEBA/EPA

O ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maizière, disse esta terça-feira que não vai permitir que países estrangeiros levem a cabo espionagem no país, em resposta a informações segundo as quais a Turquia terá identificado e espiado apoiantes do movimento Güllen no país.

Segundo o diário Süddeutsche Zeitung, a espionagem turca identificou centenas de apoiantes do líder religioso que Ancara suspeita de ter promovido o golpe falhado do ano passado, que acabou com mais de 250 mortos.

Os serviços secretos teriam obtido moradas, números de telefone e imagens de mais de 300 pessoas e 200 instituições, incluindo clubes, escolas e outras com ligações alegadas a Güllen, que vive nos EUA. Segundo o jornal, algumas das fotografias podem ter sido tiradas secretamente.

De Maizière disse que a informação não era surpreendente e prometeu investigar. “Já dissemos várias vezes à Turquia que isto é inaceitável”. “Independentemente do que pensemos sobre o movimento Güllen, aqui aplica-se a lei alemã e os cidadãos que vivem aqui não serão espiados por Estados estrangeiros”, garantiu.

Após o golpe, a Turquia levou a cabo uma grande purga para afastar todos os suspeitos de alguma ligação a Güllen ou apoio ao golpe em instituições do estado. 

Na Alemanha, as autoridades do estado-federado da Baixa Saxónia estavam a avisar pessoas que pensam poderem ser apoiantes de Güllen sobre possíveis represálias se viajassem para a Turquia. “Penso que é uma medida justificada”, disse o ministro do interior do estado-federado. “A intensidade e dureza em relação às pessoas a viver no estrangeiro é notável.”

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