Trump desafia Hillary Clinton para teste de drogas

O próximo e último debate nas eleições para a presidência dos EUA está marcado para quarta-feira.

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Donald Trump Reuters/JONATHAN ERNST

Numa clara escalada na sua postura de ataque na campanha para as eleições norte-americanas, o candidato republicano Donald Trump sugeriu que Hillary Clinton estava sob influência de drogas durante o último debate. “Penso que devíamos fazer um teste [de despiste] de drogas antes do próximo debate”, defendeu, no sábado, em Portsmouth, New Hampshire.

Falando perante milhares de apoiantes, Trump desferiu, referindo-se a Clinton: “Devíamos fazer um teste de drogas, porque eu não sei o que se passa com ela. No começo do último debate, estava toda animada. E, no fim, foi como se pedisse ‘Oh, por favor, levem-me daqui'. Ela mal conseguiu chegar ao carro”.

Ao longo desta campanha, e conforme sublinha o jornal The New York Times, assumido apoiante da candidata democrata, Trump questionou durante várias vezes o estado de saúde de Hillary Clinton, considerando que ela não tem a resistência necessária para disputar a campanha nem para se tornar Presidente. Na reacção, a campanha de Hillary Clinton disse apenas que “as campanhas devem ser renhidas e as eleições duramente conquistadas, mas o que é fundamental sobre o sistema eleitoral americano é que ele é livre, justo e aberto ao povo", como declarou Robby Mook, um membro da equipa de Clinton. 

Hillary afastou-se da campanha no fim-de-semana para se preparar para o terceiro e último debate presidencial, marcado para quarta-feira, em Las Vegas, no estado do Nevada, enquanto Donald Trump passou os últimos dias a largar acusações cada vez mais bizarras para se defender das acusações de assédio sexual que lhe têm sido dirigidas. Entre outras coisas, sustentou que os meios de comunicação social estão a conspirar contra ele e que o processo eleitoral tem vindo a ser manipulado para o prejudicar. Pelo meio, insultou de diversas formas as mulheres que se queixaram das suas investidas sexuais.

Depois de ter dito que estava disposto a submeter-se a um teste de despistagem de drogas, Trump referiu-se à epidemia do consumo de substâncias ilícitas para elogiar o Comprehensive Addiction and Recovery Act, aprovado no último Verão e que visa, entre outras coisas, limitar a prescrição de opiáceos, como “um passo importante na direcção certa” e defendeu a existência de mais tribunais de drogas e a obrigatoriedade de tratamento para os toxicodependentes. “[Se for eleito], irei expandir fortemente o acesso aos locais de tratamento e acabar com as políticas que o obstruem”.

Trump defende que o Governo norte-americano deveria reduzir os opiáceos que são feitos e comercializados no país, numa altura em que cada vez mais vozes lembram que muitas das dependências de drogas ilícitas começaram com uma prescrição abusiva de analgésicos. E, ao mesmo tempo que criticou a Food and Drug Administration [o órgão governamental que testa e aprova os novos medicamentos] pela sua lentidão na aprovação de novos tratamentos para a dependência, garantiu que a sua política de fronteiras iria ajudar a travar o fluxo de entrada drogas no país.

As eleições presidenciais norte-americanas estão marcadas para o dia 8 de Novembro.

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