Trump dá luz verde aos controversos pipelines Keystone XL e Dakota Access

Barack Obama suspendera os projectos por razões ambientais e de defesa do território demarcado dos povos indígenas.

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Manifestantes envergam a bandeira dos povos indígenas em protestos contra a construção do pipeline Keystone XL Reuters/LUCY NICHOLSON

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou directivas que revertem decisões do seu antecessor na Casa Branca e autorizou o avanço de dois projectos de pipelines petrolíferos, o Keystone XL e o Dakota Access, cuja construção fora suspensa por Barack Obama por motivos ambientais e de protecção de territórios demarcados do povo indígena Sioux.

Os dois processos provocaram enorme controvérsia e foram objecto de intensa disputa política, com os partidos republicano e democrata a posicionarem-se em campos opostos de defesa e crítica da construção. De um lado, defendia-se que as infraestruturas permitiriam criar postos de trabalho e reduzir os custos da energia no país; do outro, estimavam-se pesadas consequências ambientais com a destruição de habitats e a emissão de gases com efeito de estufa para a atmosfera.

Como explicou o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, o Presidente “apoia projectos energéticos como os pipelines Dakota e Keystone, que criam empregos, promovem o crescimento económico e permitem explirar as fontes de energia americanas”.

O chamado Keystone XL é um gasoduto de 1897 quilómetros de extensão, destinado a escoar a extracção dos campos de areias de alcatrão ou petrolíferas do estado de Alberta, no Canadá, para às refinarias do Golfo do México, no Sul dos EUA. Em Novembro de 2015, depois de várias consultas, o Departamento de Estado concluiu que o projecto, promovido pela TransCanada Corporation, “não servia o interesse nacional dos EUA” e recusou o seu licenciamento, que já tinha sido aprovado pelo Congresso.

Quanto ao Dakota Access, foi Obama quem suspendeu o projecto, atendendo às queixas das populações nativas do Dakota do Norte. O pipeline, de 1886 quilómetros, serviria para transportar o petróleo das reservas do Dakote do Norte até ao estado do Illinois: o percurso é feito através do lago Oahe e outros territórios demarcados de tribos indígenas, que se queixaram do impacto da construção para o seu sistema de distribuição de água e da destruição de locais arqueológicos e outros terrenos considerados sagrados pelos povos nativos. Na sequência dos protestos, o Corpo de Engenheiros do Exército iniciou uma reavaliação do projecto, para encontrar um traçado alternativo ao do projecto inicial.

 

 

 

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