Trump com luz verde para contratar o genro

Departamento de Justiça diz que contratação não viola leis anti-nepotismo.

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Jared Kushner e Ivanka Trump Reuters/CARLOS BARRIA

O Presidente dos EUA, Donald Trump, pode concretizar a contratação do genro, Jared Kushner, como conselheiro da Casa Branca sem violar as leis anti-nepotismo, considera o Departamento de Justiça.

Numa carta datada de 20 de Janeiro, o departamento jurídico (Office of Legal Counsel) diz que o Presidente tem poderes especiais de contratação que isenta a Casa Branca das leis que impedem a nomeação de familiares.

Assim que Trump anunciou a intenção de contratar o marido da filha Ivanka levantaram-se questões sobre se isso não violaria a lei.

A Casa Branca pediu então um parecer ao Departamento de Justiça, que agora dá luz verde. “O Congresso não impediu, e provavelmente não poderia impedir, o Presidente de se aconselhar com membros da família”, diz ainda o parecer de 14 páginas.

Kushner, empresário nova-iorquino que fez fortuna no sector imobiliário e está casado com Ivanka Trump desde 2009, foi um dos conselheiros com mais influência junto de Trump durante a campanha e terão partido dele algumas das principais decisões tomadas já no período de transição. Foi acusado de levar a cabo uma "purga" na equipa de transição.

Jared Kushner tem um percurso em alguns aspectos parecido com o do próprio Trump: família europeia (Kushner da Polónia, Trump da Alemanha) e uma fortuna herdada que lhes permitiu fazer os seus próprios negócios, especialmente no imobiliário.

Ambos conseguiram ainda, de um modo que muitos consideram dever-se apenas às ligações familiares, estudar em instituições prestigiadas da chamada Ivy League: Trump na Universidade da Pensilvânia, Kushner em Harvard. Outra coincidência é que quer o pai de Trump quer o pai de Kushner estiveram envolvidos em processos legais – o de Kushner chegou mesmo a ser preso.

A lei anti-nepostismo foi aprovada em 1967, no que foi considerado uma reacção à nomeação pelo Presidente John F. Kennedy do seu irmão, Robert, como Attorney General (equivalente a ministro da Justiça), lembra a emissora pública NPR. Mas a lei impede também o que incomodava muitos congressistas – que os colegas empregassem as mulheres para gerir os gabinetes.

A lei anti-nepotismo proíbe o emprego de familiares de qualquer detentor de um cargo público em agências do Governo. 

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