Tribunal polaco condena jovens portugueses por vandalizarem portão de Auschwitz

Dois adolescentes de 17 anos foram condenados a um ano de prisão com pena suspensa. Advogado vai recorrer.

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Reuters/AGENCJA GAZETA

Um tribunal de Oswiecim, na Polónia, condenou nesta terça-feira dois jovens portugueses a um ano de prisão com pena suspensa por terem gravado os seus nomes num dos portões do antigo campo de concentração alemão de Auschwitz.

Os dois jovens foram surpreendidos em Julho de 2016, quando gravavam os seus nomes numa das entradas do campo de concentração. Além da sentença de pena suspensa, os dois jovens deverão pagar uma multa de 250 euros ao museu de Auschwitz. 

Segundo uma notícia publicada no site da Polskie Radio, a rádio estatal, os dois jovens, que chegaram a ser detidos em Julho do ano passado, têm 17 anos. Na sua deliberação, o juiz que analisou o caso tomou em consideração que os dois acusados são “muito jovens e não têm antecedentes criminais”. A Gazeta Wyborcza cita o juiz Konrad Gwozdziewicz, que na sua exposição de motivos disse haver provas claras da culpa dos jovens, que "admitiram culpa no decurso da investigação, expressando arrependimento e remorso".

O advogado que representa os portugueses, Marcin Surowiec, anunciou que recorrerá da sentença por considerar que as gravações realizadas pelos seus clientes não representam danos significativos ao bem cultural que representa o campo de concentração.

Não é a primeira vez que estudantes são condenados por delitos durante visitas de estudo ao campo de extermínio onde mais de um milhão de pessoas foram assassinadas pelo regime nazi. Em 2015, dois rapazes britânicos de um colégio de Cambridge foram acusados de terem roubado alguns objectos do museu, como uma colher e alguns botões. Os dois britânicos, que enfrentavam uma pena de até dez anos de prisão, também foram condenados com penas suspensas e tiveram de pagar multas de 170 libras (cerca de 197 euros) cada um, segundo o Daily Mail

O campo de Auschwitz-Birkenau, situado no Sul da Polónia, foi aberto como museu memorial em 1947 e declarado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) como Património da Humanidade em 1974.

Mais de dois milhões de pessoas visitaram este antigo campo de extermínio durante 2016, o que explica o cuidado das autoridades polacas para evitar que os turistas danifiquem as instalações do campo.

Auschwitz-Birkenau comportava uma rede de campos de concentração localizados no Sul da Polónia operados pelo Terceiro Reich nas áreas polacas anexadas pela Alemanha nazi, sendo o maior símbolo do Holocausto de Adolf Hitler durante a II Guerra Mundial. Com Lusa

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