O antigo primeiro-ministro britânico, Tony Blair, afirmou na manhã desta sexta-feira que o Reino Unido deveria manter todas as “opções abertas” no que ao Brexit diz respeito, o que implicaria também um eventual segundo referendo. Horas depois, o gabinete da actual primeira-ministra, Theresa May, descartou liminarmente esse cenário.

Numa entrevista concedida à BBC, Blair afirmou que ainda existe a oportunidade para reverter aquilo que classifica como uma “catástrofe”, referindo-se aos resultados do referendo que ditaram a saída do Reino Unido da União Europeia. Além disso, e num artigo publicado no jornal New European, Tony Blair afirmou que, agora, os apoiantes da permanência são “os insurgentes”.

A resposta de May não se fez esperar. Um porta-voz da primeira-ministra, citado pelo Telegraph, realçou: “A primeira-ministra tem sido absolutamente clara – o povo britânico falou, e nós ouvimos, nós vamos deixar a União Europeia”. “E não só a primeira-ministra foi clara aqui, como foi clara quando se encontrou com os líderes europeus”, reforçou.

Esta semana o The Guardian teve acesso a uma gravação, de Maio deste ano, antes da realização do referendo do Brexit, em que Theresa May falava a banqueiros do banco Goldman Sachs, expondo argumentos de defesa da permanência do Reino Unido na União Europeia e alertando para os perigos de uma eventual saída.