Terminar o que não devia ter começado

Substantivo masculino que significa “interrupção ou fim das hostilidades entre nações ou partidos em guerra”. Noutra versão e noutro dicionário: “Suspensão das hostilidades entre partes beligerantes.”
Na quarta-feira, numa notícia com o título “Israelitas e palestinianos entram em ‘fase de teste’ com cessar-fogo”, deu-se conta de que em 50 dias o conflito provocou “mais de 2100 mortos em Gaza e 68 israelitas”. Também se informou que este acordo permite a “entrada imediata de ajuda humanitária e de materiais de construção na Faixa de Gaza em troca do fim das hostilidades”.

Correndo o risco de que à data da publicação da Revista 2 a situação na Faixa de Gaza já não seja esta, sempre que há um “cessar-fogo”, a palavra deverá merecer todo o relevo que se lhe puder dar. Traduz uma circunstância de alívio inimaginável para quem nunca esteve em situação de conflito armado.

O mundo não está mais seguro, como se quis fazer crer. Ucrânia e Síria são dois bons exemplos da importância de “cessar-fogos”, antes que tudo se desmorone e alastre. Na quinta-feira, eram estas as notícias: “A Ucrânia acusou a Rússia de estar a invadir o Sudeste do país (...). O Presidente Petro Poroshenko cancelou uma viagem à Turquia, afirmando que ‘está em curso uma invasão de forças russas’”; “após três anos de guerra, até ‘a aparência de respeito pela lei internacional’ desapareceu. Comissão de inquérito da ONU acusa o regime sírio e os jihadistas de crimes contra a humanidade”.
Gostaríamos que “cessar” correspondesse ao sentido mais imediato, o de “acabar”. Só “interromper” não chega. 

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