Suspeito de Dortmund tem ligações ao Daesh

Autoridades alemãs admitem que não existem ainda provas do seu envolvimento no atentado de Dortmund, mas emitiram um mandado de detenção.

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O suspeito aguarda agora para saber se ficará em prisão preventiva LUSA/SASCHA STEINBACH

O suspeito detido na quarta-feira foi membro do Daesh no Iraque e chegou à Alemanha no início de 2016, de acordo com informações divulgadas pela procuradoria-geral alemã. No entanto, apesar das ligações ao grupo terrorista, as autoridades alemãs não recolheram ainda provas que liguem o suspeito ao atentado de Dortmund, que atingiu o autocarro que transportava a equipa do Borussia Dortmund, na terça-feira. O ataque provocou ferimentos a um jogador do Dortmund, Marc Batra, que teve de ser submetido a uma cirurgia ao pulso, mas já está a recuperar em casa.

O suspeito, Abdul Beset A., um homem de 26 anos de nacionalidade iraquiana, aguarda agora a decisão do tribunal que determinará a extensão do prazo da sua detenção e se fica em prisão preventiva, detalha a Reuters. 

"A investigação não recolheu, até agora, provas de que o suspeito tenha participado no ataque", informou o procurador-geral em comunicado. Por outro lado, as autoridades alemãs conseguiram já confirmar que o suspeito tem ligações ao grupo terrorista Daesh, onde liderou um grupo de dez membros envolvidos em raptos, contrabando, extorsões e assassinatos. Terá mantido comunicações com o Daesh já em território alemão.

Esta quarta-feira, a porta-voz do Ministério Público federal alemão, Frauke Köhler, afirmou que as três explosões estavam a ser investigadas como um "atentado terrorista", sendo que as autoridades alemãs se concentravam em duas teses. A primeira, a “pista islamista”, apoia-se em três cartas encontradas perto do local das explosões, que, de acordo com o jornal Suddeutsche Zeitung, incluíam a expressão “em nome de Alá” e tinham referências aos caças Tornado da Força Aérea alemã que apoiam a coligação internacional que está a intervir na Síria e no Iraque. No documento, exige-se o fim da participação da Alemanha nos bombardeamentos e o encerramento da base aérea norte-americana de Ramstein.

Já uma segunda tese, da qual a polícia desconfia, apontava para a autoria do ataque por um grupo “anti-fascista”, depois de ter sido descoberta uma mensagem que circulou pela Internet em que o atentado era reivindicado, num protesto contra a “fraca resposta” que a direcção do Borussia Dortmund teve em relação aos actos das claques conotadas com a extrema-direita.

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