Suíça dá poderes aos serviços secretos para vigiarem comunicações de cidadãos

A lei já tinha sido aprovada no Parlamento, mas por iniciativa de um grupo de partidos - que considerou que violava as liberdades individuais - teve que ser aprovada em referendo.

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O Governo suíço disse que sem esta lei não poderia responder à ameaça do rerrorismo AFP

Os suíços aprovaram em referendo e por larga maioria (65,5% dos votos) a lei que autoriza os serviços secretos a vigiarem as comunicações telefónicas e as actividades de Internet dos cidadãos para despistarem potenciais actividades terroristas.

A lei foi aprovada por uma percentagem maior de votantes do que previam as sondagens, que apontavam para uma aprovação com entre 53 e 58%; a taxa de participação rondou os 43%, o habitual no país.

A medida já tinha sido aprovada pelo Parlamento em 2015. Porém, o Partido Socialista, os Verdes e o Partido Pirata conseguiram reunir assinaturas suficientes para levar o assunto a referendo por considerarem que a lei põe em causa as liberdades individuais.

Até agora, os serviços secretos suíços só podiam recolher informação que fossem do domínio público sobre um cidadão. Com esta lei, podem, em certas circunstâncias, vigiar de forma preventiva as comunicações telefónicas, os emails e a actividade na Internet de particulares.

O "sim" à nova lei sobre informação corresponde ao desejo do Governo que considerou que existem novas ameaças, nomeadamente o terrorismo, e que sem essa capacidade de recolha de informação por parte dos serviços secretos não pode dar-lhes resposta.

Noutro referendo realizado também este domingo, os suíços rejeitaram o aumento dos valores das pensões depois de o Governo ter avisado de que tal decisão levaria ao agravamento da carga fiscal.

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