Num só dia, 3000 pessoas foram resgatadas no Mediterrâneo

Tentavam fazer a travessia de barco entre o Norte da Líbia e Itália. Por este mar chegaram à Europa 44.791 migrantes e refugiados desde 1 de Janeiro.

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Desde o início do ano morreram 1099 pessoas no Mediterrâneo Darrin Zammit Lupi/Reuters (Arquivo)

Mais de 3000 pessoas foram resgatadas no Mar Mediterrâneo no sábado quando tentavam fazer a travessia de barco entre o Norte da Líbia e Itália, avançou neste domingo a guarda costeira italiana. Nos primeiros quatro meses deste ano, já morreram 1099 pessoas.

Ao todo foram realizadas mais de 20 operações de salvamento no sábado, repartidas entre a Guarda Costeira e a Marinha italianas, a missão da União Europeia no Mediterrâneo, a agência europeia Frontex, organizações não-governamentais e navios mercantes.

Os dados mais actualizados sobre resgates e naufrágios no Mar Mediterrâneo foram publicados a 4 de Maio – até essa data, e desde o início do ano, chegaram à Europa 44.791 migrantes e refugiados. Em 2016 chegaram ao continente por essa via 362.376 pessoas.

O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Angelino Alfano, anunciou que o seu país vai organizar uma conferência sobre migração, onde a estabilização da Líbia será um dos assuntos em evidência: "Isso significa segurança nacional, o fim do tráfico humano e a redução dos fluxos migratórios", comentou o ministro em declarações à agência Ansa.

Muitas das pessoas que fogem de perseguições e guerras em África, procurando refúgio e melhores condições de vida na Europa, acabam por ficar nas mãos de redes de tráfico humano – são forçadas por bandos armados a pagar para poderem continuar viagem, são capturadas ou mortas.

Os que fogem de países como a Nigéria, o Senegal ou a Gâmbia – em muitos casos com dinheiro poupado durante anos por toda a família – podem nem sequer ter uma oportunidade de entrar num barco para arriscarem uma travessia pelo Mediterrâneo, que muitas vezes acaba em tragédia.

De acordo com a Organização Internacional para a Migração, muitas dessas pessoas são raptadas e as suas famílias são forçadas a pagar o resgate; são obrigadas a fazer trabalhos forçados; e até vendidas em mercados como escravas. Há também relatos de pessoas que acabam por morrer à fome – para o lugar delas, as redes de traficantes e os seus bandos armados raptam outras, que acabam nos mesmos mercados de escravos.

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