O apoio à União Europeia atingiu um valor máximo na Alemanha no último quarto de século, enquanto em França o número de franceses que escolheria manter-se no bloco se a questão lhes fosse colocada não pára de aumentar desde o referendo do Brexit.

"Apesar da crise, os alemães não duvidam dos benefícios da Europa", disse o presidente do BdB, que encomendou o estudo ao instituto GfK, à agência Reuters. Apenas 14% acham que a Europa trouxe mais inconvenientes, e se houvesse um referendo 75% votariam para ficar e 10% para sair. De resto, 45% dos alemães dizem que o país beneficia de pertencer à União Europeia.

Um apoio tão grande foi medido pela última vez em 1992.

Também em França uma sondagem do instituto CSA para o jornal La Croix mostra uma subida de apoio à ideia europeia, com 66% dos inquiridos a mostrar-se a favor da continuação na União Europeia – um aumento de seis pontos percentuais em relação a Junho de 2016, pouco antes do referendo britânico dar a vitória à saída do país do bloco. Num eventual referendo, 28% votariam por uma saída da União Europeia, e 27% pela saída da zona euro, números que também registaram descidas nos últimos meses.

Ainda assim, a sondagem mostra uma desconfiança da organização: 52% têm uma opinião negativa da União Europeia, enquanto 67% dizem mesmo que esta funciona mal.

Tudo isto acontece quando a maioria silenciosa de apoio à UE começou a ficar mais visível. Na Alemanha surgiu um movimento de cidadãos que promoveu uma manifestação de apoio à União Europeia em várias cidades europeias – entre as quais 35 alemãs  – há duas semanas.

“Tem de haver um sinal pró-europeu a partir do centro das nossas sociedades”, disse o advogado de Frankfurt e fundador do movimento Daniel Röder ao diário britânico The Guardian. “Há muitas pessoas que podem ter uma dose saudável de cepticismo em relação ao funcionamento da União Europeia, mas são a favor do projecto europeu. Somos a verdadeira maioria silenciosa. E o único modo de mostrar isso é ir para a rua.”