Jihadista que destruiu património de Tombuctu pode ter até 11 anos de prisão

A sentença de Ahmad al-Faqui al-Madhi no TPI, em Haia, está marcada para 27 de Setembro.

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Madhi reconheceu os seus crimes Patrick Post/REUTERS

Ahmad al-Faqui al-Madhi, o homem que liderou os islamistas que destruíram monumentos na histórica cidade de Tombuctu, no Mali, vai conhecer a sentença a 27 de Setembro. A pena máxima é de 30 anos, mas os procuradores vão requerer uma pena de nove a 11 anos de prisão, como parte de um acordo por Madhi se ter declarado culpado.

O funcionário do Ministério da Educação, que na altura ainda não tinha 40 anos, sonhava com a criação de uma sociedade islâmista e viu na ocupação da cidade por grupos extremistas islâmicos em 2012 a oportunidade de concretizar o seu desejo. O antigo professor, que tinha estudado em escolas islâmicas e passado algum tempo na Líbia e na Arábia Saudita, frequentava meios radicais no Mali, diz a AFP, e tinha regressado a Tombuctu pouco antes de a cidade ter sido tomada pelo Ansar Dine, com ligações à Al-Qaeda. O grupo Arecrutou-o, tanto por causa dos seus conhecimentos locais como por falar árabe fluentemente.

Enquanto chefe da polícia de costumes, Madhi pôs em prática da forma mais rígida os princípios da sharia (lei islâmica). Embora a destruição dos túmulos dos homens santos muçulmanos tenha sido ordenada pelo líder do Ansar Dine, Madhi, enquanto chefe da polícia de costumes, conduziu as brigadas que destruíram nove dos 16 mausoléus e pela porta da mesquita de Sidi Yahya, do séc. XV/XVI, classificados como Património Mundial da UNESCO.

Mas ele foi o primeiro réu presente no TPI a admitir ser culpado pelos crimes que é acusado.

A acusação focou-se apenas em crimes contra o património – os crimes contra os direitos humanos serão deixados para outro julgamento. 

A cidade foi libertada pelas tropas francesas e malianas em Janeiro de 2013 e Madhi foi capturado em 2015, no Níger, e depois transferido para Haia.

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