Nas primárias do PSOE, Sánchez sucede a Sánchez

Secretário-geral demissionário dos socialistas espanhóis volta a ocupar o cargo, ficando mais de dez pontos percentuais à frente de Susana Díaz. “Vamos fazer do partido socialista o partido de esquerda deste país”, disse Sánchez no seu discurso de vitória.

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Sánchez teve 50,21% dos votos, ficando à frente de Susana Díaz e Patxi López Reuters/SERGIO PEREZ
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Pedro Sánchez venceu as eleições primárias deste domingo no Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), arrecadando mais de 74 mil votos (50,21%), quando estavam contabilizados 99% dos votos. A liderança do partido tinha sido deixada vaga há sete meses com a demissão de Sánchez a 1 de Outubro - Sánchez sucede, portanto, a si mesmo.

Susana Díaz, a principal adversária de Sánchez, ficou em segundo lugar com 39,9% dos votos. Patxi López foi o nome que recolheu menos preferências, com 9,85% dos votos. Para este sufrágio, foram convocados cerca de 187 mil militantes do partido. A escolha de Sánchez pode agora representar uma viragem à esquerda, com uma possível aliança com o partido Podemos.  

Quando estavam apurados 99% dos votos, Pedro Sánchez fez um discurso junto dos seus apoiantes. “Obrigado, companheiros e companheiras”, começou por dizer, “obrigado de coração para esta emoção que estamos a viver”. “Somos a vanguarda do sistema democrático em Espanha”, afirmou, deixando ainda o seu agradecimento a Susana e a Patxi pelo seu trabalho no partido.

Garantiu que o partido estava pronto para mudar o rumo do país e acabar com a “corrupção do Partido Popular”. “Vamos fazer do partido socialista o partido de esquerda deste país”, referiu, adiantando que seria o secretário-geral de todos os militantes do partido, sem excepção. “Vamos construir o novo PSOE”, terminou por dizer, de punho em riste.

Segundo o El País, com base num tweet de Alfonso Célis, o coordenador de estratégia e comunicação da candidatura de Sánchez, a candidata Susana Díaz já felicitou Pedro Sánchez pelo primeiro lugar nas primárias. Também Patxi López congratulou o novo secretário-geral na sua página do Twitter: “Felicidades, Pedro Sánchez. Os militantes falaram, agora toca-nos a todos trabalhar para reconstruir o PSOE”. 

E a primeira consequência da vitória de Sánchez já se faz sentir: Antonio Hernando apresentou a demissão de porta-voz do PSOE no Parlamento espanhol. Hernando já tinha manifestado a intenção de abandonar o cargo caso Sánchez regressasse à liderança.  

Sánchez ficou em primeiro lugar em quase todas as regiões espanholas, à excepção do País Vasco (em que ganhou Patxi López), Aragão e Andaluzia (neste dois últimos ganhou Susana Díaz, presidente do governo regional andaluz).

Pedro Sánchez nasceu em Madrid no ano de 1972. Em 2014, candidatou-se às primárias do partido para designar o candidato socialista à chefia do Governo. Foi eleito, à frente de Eduardo Madina, mas acabou por demitir-se em 2016. A sua demissão esteve relacionada com a votação do comité federal do PSOE contra a realização de um congresso extraordinário proposto por Sánchez.

O cenário no PSOE não é muito favorável, como não o é em outros partidos socialistas europeus. O partido espanhol perdeu 4,3 milhões de votos entre as eleições de 2008 e as de 2011 e mais 1,5 milhões nas eleições de 2015 e 2016, em que registou o pior resultado da sua história.

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