Rússia prolonga cessar-fogo em Alepo por 24 horas

União Europeia pondera aplicar sanções à Rússia.

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Putin ordenou prolongamento de pausa humanitária por 24 horas Reuters/HANNIBAL HANSCHKE

O compromisso da Rússia é apenas por 24 horas. O Presidente Vladimir Putin ordenou que até às 14h de sexta-feira, hora portuguesa, seja prolongada a “pausa humanitária” nos ataques aéreos na parte de Alepo controlada pelos rebeldes.

Ainda de acordo com a BBC, as forças humanitárias no terreno esperam que, dentro deste limite temporal, seja possível retirar dali centenas de doentes e feridos. Isto mesmo disse o responsável pela ajuda humanitária das Nações Unidas, Jan Egeland. Citado no mesmo artigo, disse ter esperança de que a primeira de “várias centenas” de pessoas, que estão neste momento a precisar de cuidados médicos, possam ser retirados na sexta-feira, com ajuda da Organização Mundial de Saúde e da Cruz Vermelha. Uma esperança, mas não sem uma sombra, porque na Síria neste momento “tudo pode correr mal”, diz ainda. Aliás, continua a haver relatos não só de confrontos, como de poucos locais a aceitarem sair.  

As forças russas e sírias suspenderam os ataques aéreos na terça-feira, e os oficiais russos disseram que esta trégua permitiu abrir seis corredores a partir da parte Leste da cidade (para que as pessoas pudessem sair). O resultado não foi, porém, o esperado. Como disse Egeland – “é a Síria” e “tudo pode correr mal” –, assim que a trégua entrou em vigor, houve relatos segundo os quais aqueles corredores estiveram debaixo de fogo, com oposição e Governo a atirarem culpas um ao outro.

Egeland conta ainda, citado pela BBC, que se esperava que a Rússia prolongasse a trégua de 11 horas por dia pelo menos até sábado, mas as autoridades russas só confirmaram por 24 horas e até sexta. Já segundo os meios de comunicação locais, controlados pelo Governo, a Síria também está a comprometer-se com uma trégua de oito horas por dia, mas não é claro até quando. A questão é que esta trégua, de acordo com alguns relatos de jornalistas feitos à BBC, não teve até agora grandes efeitos no terreno, com poucas pessoas a saírem da zona.

Com a escalada de violência na Síria, o The Guardian  escreve que a União Europeia está a ponderar aplicar sanções à Rússia por causa dos bombardeamentos em Alepo. O jornal teve acesso ao esboço de um comunicado que será debatido na cimeira de Bruxelas e que sugere que a Europa está a pensar aumentar a pressão sobre Moscovo.

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, já tinha apelado a outros líderes para pressionar o Kremlin. Em causa estão, disse, citada pelo The Guardian, as “terríveis” e “repugnantes” atrocidades que se passam na Síria. A Europa precisa, continuou – e como defendem também a França e a Alemanha – de tomar uma atitude forte e unida perante a Rússia.

“A União Europeia está a considerar todas as opções, incluindo novas medidas restritivas dirigidas contra indivíduos e entidades que apoiam o regime, se as atrocidades actuais continuarem”, lê-se no esboço daquele comunicado.

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