Rússia e Putin processados pela queda do voo MH17 na Ucrânia
Familiares das vítimas recorreram ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos e pedem 6,4 milhões de euros por cada passageiro morto na queda do Boeing da Malaysia Airlines.
Os familiares das vítimas da queda do Boeing 777 da Malaysia Airlines, abatido em 2014 por um míssil de fabrico russo quando sobrevoava a região de Donetsk, na Ucrânia, vão processar a Rússia e o seu Presidente, Vladimir Putin, no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
O avião, que fazia a rota entre Amesterdão e a capital malaia, Kuala Lumpur, caiu no dia 17 de Julho de 2014 em Grabovo, na região de Donetsk, palco do conflito que opõe as autoridades ucranianas aos separatistas pró-russos. Morreram todos os 283 passageiros, dois terços dos quais eram de nacionalidade holandesa, e ainda os 15 tripulantes do avião.
A Ucrânia responsabilizou de imediato os separatistas apoiados pela Rússia, enquanto o Governo de Putin atribuiu as culpas às forças ucranianas.
Um relatório holandês divulgado em 2015 concluiu que a queda ficou a dever-se ao disparo de um míssil russo Buk, mas não atribuiu responsabilidades.
"A Rússia não dispõe de quaisquer factos para acusar a Ucrânia, e nós temos factos, fotografias, relatórios e toneladas de material", disse o advogado especializado em acidentes de aviação Jerry Skinner, que lidera a equipa que elaborou o processo, assumido pela empresa australiana LHD Lawyers em nome dos familiares das vítimas. Os 27 cidadãos australianos que morreram no acidente fazem da Austrália o terceiro país com mais vítimas entre os passageiros do Boeing, após a Holanda (193) e a Malásia (43).
Os queixosos pedem uma indemnização de dez milhões de dólares australianos (cerca de 6,4 milhões de euros) por cada vítima, e o processo é simultaneamente dirigido contra o Estado russo e o Presidente Vladimir Putin.
Enquanto a equipa de Skinner aguarda que o Tribunal Europeu dos Direitos Humanoos decida se aceita o processo, vai correndo uma investigação criminal paralela que envolve a cooperação de cinco países.