Egipto dá informações contraditórias sobre a queda do avião da EgyptAir

"Tudo o que foi publicado é falso", disse o chefe do departamento de Medicina Legal, Hisham Abdul Hamid.

Só análises cuidadosas permitirão saber se houve explosão e se foi premeditada
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Só análises cuidadosas permitirão saber se houve explosão e se foi premeditada Reuters
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Continua a confusão informativa sobre a queda do avião da EgyptAir - esta terça-feira, fontes da equipa forense que analisa os restos do aparelho e dos corpos disseram que há indícios que sugerem ter havido uma explosão a bordo, acautelando contudo que ainda não tinham sido detectados explosivos.

Horas depois, o chefe do departamento de Medicina Legal, Hisham Abdul Hamid, negou que existam quaisquer indícios que apontem para uma explosão. "Tudo o que foi publicado sobre este assunto é falso", disse.

Não é a primeira vez que as fontes egípcias avançam notícias erradas ou que noticiam dados que, pouco depois, são desmentidos por titulares de cargos oficiais. O mesmo já tinha acontecido no final ano passado, quando um avião russo com 224 pessoas a bordo foi derrubado por uma bomba terrorista - as autoridades egípcias emitiram comunicados contraditórios e negaram a tese de atentado, que acabaria por ser confirmada pelos investigadores russos.

As fontes sustentaram as suas afirmações na análise aos restos de corpos retiradoss do Mediterrâneo, onde o voo 804 da EgyptAir caiu na quinta-feira da semana passada. "O tamanho dos restos de corpos aponta para uma explosão, a parte de corpo maior entre o que já foi recuperado tem o tamanho da palma de uma mão", disse um especialista forense, acrescentando que desde domingo foram recolhidos muitos bocados de corpo (23 sacos, especificou).

Outra fonte forense disse que foram poucas as partes de corpo que já chegaram à equipa de investigação e, por isso, é demasiado cedo para se concluir que houve uma explosão a bordo.

Os investigadores franceses – envolvidos no processo por o aparelho ter saído de Paris com destino ao Cairo – dizem que só as análises químicas aos destroços do aparelho, aos corpos – dos passageiros (56) e tripulantes (10) que seguiam a bordo –, às bagagens e às roupas poderão permitir concluir se houve ou não uma explosão e se esta foi deliberada.

Os investigadores franceses divulgaram a que parece ser até ao momento a única notícia fidedigna sobre que se passou antes do aparelho desaparecer dos radares - disseram que foram accionados os avisos automáticos de fumo a bordo, sendo possível que tenha havido outros indicadores de falha nos computadores do avião. Os sinais não indicam a causa do fumo e os especialistas franceses em acidentes de aviões dizem que não deve ser excluída qualquer hipótese, da falha técnica à sabotagem.

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