Renúncia a cargo ou cedência de trono

“Acto ou efeito de abdicar”, “desistência” e “renúncia” são alguns dos significados de “abdicação”. Mas também “cedência”. Três dicionários dão exemplos de frases para o verbo “abdicar”: “Carlos V abdicou em seu filho a coroa de Espanha”, “Eduardo VII abdicou do trono” e “o rei abdicou no filho”.

Na quarta-feira, Juan Carlos abdicou (formalmente) em Felipe o cargo de rei de Espanha. A assinatura da lei que tornou oficial a “abdicação” ao trono foi o seu último acto oficial como rei. Durante a cerimónia, num gesto simbólico de transição de poder, cedeu a sua cadeira ao ainda príncipe (“¿Por qué no te sientas?”, terá pensado).

Na quinta-feira, Espanha acordou com um novo rei: Felipe VI. “Do novo monarca espera-se a mesma discrição que mostrou enquanto príncipe — mas não lhe compete resolver as grandes questões que o país enfrenta”, escreveu Nuno Ribeiro, no PÚBLICO. Mais adiante, deu conta da reacção dos espanhóis perante a “resignação”: o “oficial Centro de Informações Sociológicas revela que apenas 1% dos espanhóis sentiu inquietação pela abdicação de Juan Carlos. Para 80%, a preocupação é o desemprego” e “um estudo de opinião do El País esclarece que 62% dos inquiridos desejam um referendo sobre a monarquia”.

Num dicionário de Português do Brasil, “abdicação” traduz-se por “abrir mão”. Felipe VI, que anunciou “uma monarquia renovada para um tempo novo”, começou por “abrir mão” das tradicionais cerimónias de grande ostentação. A austeridade chegou aos palácios.

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