O rei de Espanha convocou esta terça-feira novas consultas aos representantes dos partidos políticos com assento no Parlamento para os dias 25 e 26 de Abril, na expectativa de saber se alguma força reuniu o apoio dos deputados necessários para formar Governo ou se terá de dissolver a assembleia e convocar novas eleições legislativas, como parece ser inevitável.

A decisão de Felipe VI segue-se ao mais recente fracasso do PSOE em encontrar uma solução de Governo com o Podemos e o Cidadãos, os dois grandes partidos emergentes que desestabilizaram o bipartidarismo espanhol e que as sondagens indicam que se devem manter com o mesmo nível de apoio num cenário de eleições antecipadas — algo que 80% dos espanhóis prefere evitar.

O partido socialista espanhol admitiu na segunda-feira que “o tempo das ofertas e contra-ofertas acabou”, culpou o partido de esquerda Podemos pelo fracasso nas negociações e passou a bola para o rei. O PSOE recusa-se a negociar uma solução de Governo em coligação com o Partido Popular (PP) de Mariano Rajoy, que na segunda-feira insistiu em convocar uma reunião com os socialistas com uma proposta para uma “grande coligação”.

Prevê-se nova recusa dos socialistas, que afirmaram repetidamente não estarem interessados em governar com o PP.  No caso provável de o rei espanhol não receber indicações de uma solução de Governo durante as consultas — o que poderia levar à investidura de um outro candidato á presidência do Executivo —, haverá novas eleições em Espanha no dia 26 de Junho.