Refugiados no jogo do pau e cenoura

Este título tem um duplo sentido. Por um lado, os países da União Europeia refugiam-se agora, como se tivessem feito a maior das descobertas, numa política que é uma “mistura de incentivos positivos e negativos” a África, no sentido de travarem, na origem, as vagas de refugiados que voltaram a aumentar; por outro, este jogo do pau e da cenoura deixará os refugiados no mesmo ponto em que estavam: empurrados para o mar por criminosos e por condições adversas nos países de origem, nada lhes garante que os financiamentos com que a UE agora acena aos países africanos “colaborantes” sejam em seu benefício, permitindo-lhes não ter de abandonar as respectivas pátrias. Era preciso, e isso foi dito mil vezes enquanto no mar se multiplicavam vítimas, atacar o problema na raiz. Mas fazê-lo implicará responsabilização de ambas as partes, europeus e africanos, não deixando nunca de olhar para o futuro dos que aqui mais perderam e nada têm.

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