Receitas de museus revertem a favor da reconstrução em Itália

Neste domingo, as receitas de bilheteira dos museus públicos italianos revertem para um fundo de reconstrução das zonas mais afectadas pelo sismo de quarta-feira, que fez 291 mortos.

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Amatrice REUTERS/Ciro De Luca

Nos primeiros dias após o forte sismo de magnitude 6,2 na escala de Richter que a 24 de Agosto abalou a região central de Itália, os esforços concentraram-se na busca por sobreviventes. Este sábado, dia de luto nacional em Itália, realizaram-se os funerais de 35 das 291 vítimas mortais confirmadas até agora . Mas o país começa a olhar para o esforço de reconstrução que será necessário pôr em marcha e o governo italiano prometeu, nas primeiras horas após o abalo, que nenhuma “família ou cidade” iria ficar sem apoio. As autoridades italianos desbloquearam para já um fundo de emergência de 60 milhões de euros, ao qual se juntam cerca de 10 milhões de donativos recolhidos.

Para ajudar na angariação de fundos, o Ministro da Cultura italiano, Dario Franceschini, apelou aos italianos que neste domingo visitem os museus nacionais públicos em solidariedade com as populações: todas as receitas de bilheteira vão reverter a favor das regiões mais afectadas.

Os gestos solidários multiplicam-se um pouco por todo o país. Um designer de Roma que visitava todos os anos a Amatrice, lançou um apelo a todos os restaurantes italianos de acrescentar aos seus menus uma receita de pasta all'amatriciana a um preço livre, do qual dois euros revertem para a Cruz Vermelha italiana.

“Num momento como este, em que a herança artística e arquitectónica do país foi severamente atingida, é importante que a Cultura esteja disponível para ajudar aqueles que sofreram nesta tragédia terrível”, afirmou em comunicado o município de Turim, onde todos os museus da cidade aderiram à iniciativa.

Num balanço feito pelo Ministério da Cultura italiano, quase 300 edifícios históricos ficaram reduzidos a escombros após o sismo. Em Amatrice, por exemplo, onde 230 pessoas perderam a vida e metade da localidade praticamente desapareceu, o centro histórico, com palácios dos séculos XVI e XVII e praças acolhedoras, ficou bastante danificado. 

 

 

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