Racistas unidos

É possível que Donald Trump não seja racista mas é improvável. Ele certamente conta com os votos de racistas. Nos Estados Unidos da América essas contas estão sempre a ser feitas e a política americana não se compreende sem falar de racismo.

É estranho que Trump não se importe de passar por racista. Mais estranho ainda é que ele se recuse a denunciar os nazis. Denunciar os nazis não prova que não se é racista. Apenas prova que se é contra os nazis. Estes podem chamar-se alt right ou suprematistas brancos ou neo-nazis.

Mas o que é que têm de neo? Nada. São nazis e os nazis são sempre, por definição, racistas. Aliás a ideologia do nazismo é notoriamente pobre por ser, para todos os efeitos, 100 por cento racismo.

Sabe-se o que aconteceu com o nazismo. Matou muitos milhões. É por isso que é preciso denunciá-lo, para não encorajá-lo. O racismo é sempre perigosíssimo porque simplifica todo o pensamento. É uma preguiça altamente contagiosa. É o contrário de avaliar cada ideia e cada pessoa uma a uma, conforme os casos e conforme as alturas, os comportamentos e as informações disponíveis.

Se calhar Trump, como pato bravo que é, só vê números. Os números dele dependem de pessoas racistas de raça branca, desde os paternalistas aos nazis, passando por todas as graduações e por todas as subtilezas que o racismo tem. Quanto menos óbvio o racismo mais ele tem de ser pensado.

É banal tentar esconder o racismo através da denúncia dos nazis, os mais racistas de todos. Nem isso Trump fez.

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