Putin despromove um dos seus homens de confiança

Sergei Ivanov era desde 2011 o chefe da administração presidencial russa, um dos cargos mais importantes no Kremlin.

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Sergei Ivanov durante uma visita à China, em Março Lintao Zhang / AFP

O chefe da administração presidencial russa, Sergei Ivanov, apresentou a Vladimir Putin de forma supreendente a sua demissão esta sexta-feira do cargo que ocupava desde o final de 2011.

Ivanov ocupou vários cargos de relevo desde que Putin subiu ao poder, em 2000, e o Presidente russo chegou a incluí-lo numa restrita lista das cinco pessoas em quem mais confia. O ex-Presidente e actual primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, é outro dos presentes nesse círculo próximo de Putin.

A demissão terá sido pedida por Ivanov, que vai passar a desempenhar o cargo de representante presidencial para o ambiente e transportes. A chefia da administração presidencial foi entregue a Anton Vaino, que desde 2012 era o vice-presidente do organismo.

“Lembro-me bem do nosso acordo sobre o facto de me ter pedido para não ficar nesta área de trabalho como chefe da administração presidencial por mais de quatro anos”, disse Putin durante um encontro com Ivanov transmitido em directo pela televisão russa. “É por isso que compreendo o seu desejo de passar para outra área de trabalho”, acrescentou.

Entre 2001 e 2007, Ivanov foi ministro da Defesa e, desde então, foi vice-primeiro-ministro tanto de Medvedev como de Putin. Em Dezembro de 2011 — poucos meses antes de Putin voltar à Presidência — passou a liderar a Administração Presidencial, um dos postos mais relevantes na estrutura de poder do Kremlin e tradicionalmente atribuído a um dos homens de confiança do chefe de Estado.

A relação entre Putin e Ivanov é bastante antiga. Entre 1981 e 1998, Ivanov, que tal como Putin nasceu e cresceu em São Petersburgo, trabalhou para os serviços secretos russos (KGB durante a URSS, e FSB após 1991). Quando Vladimir Putin passou a liderar o FSB, Ivanov tornou-se o seu número dois.

Quando Putin alcançou o limite de dois mandatos como Presidente, Ivanov era um dos favoritos a suceder-lhe. O dirigente é um dos políticos incluídos nas sanções impostas pelos Estados Unidos, mas não pela União Europeia, como resposta à anexação da Crimeia pela Rússia. As penalizações incluem proibição de entrada no território norte-americano e o congelamento de bens no exterior.

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