Produtores da Colômbia prolongam braço-de-ferro com o Governo

Jornada de luta dos agricultores contou com o apoio dos camionistas e mineiros, e também das FARC.

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Os agricultores usaram pedregulhos para bloquear estradas AFP/Eitan Abramovich

Uma semana de greves, protestos e confrontos com a polícia, não rendeu os resultados desejados para os sindicatos e associações de agricultores da Colômbia, que viram o Governo rejeitar qualquer hipótese de negociação.

Mais de 200 mil produtores de café, gado, leite, batata e arroz estão paralisados desde a semana passada, num braço-de-ferro que se arrasta há meses, e que parece condenado a prolongar-se: o Governo já fez saber que não aceita sentar-se à mesa das negociações enquanto a luta dos agricultores passar pelo bloqueio de estradas e ameaçar o abastecimento alimentar da capital.Os agricultores queixam-se dos efeitos devastadores dos tratados de livre comércio assinados pela Colômbia e exigem medidas urgentes, entre as quais a atribuição de subsídios, o estabelecimento de preços mínimos e a descida do preço dos combustíveis.

Os protestos assumiram a maior dimensão até agora graças à solidariedade dos camionistas e mineiros. As acções de luta incluíram vários bloqueios e cortes de estrada, que foram reprimidos pelo Exército. Os sindicatos demarcaram-se de todas as “acções de vandalismo” e lamentaram as cenas de violência em várias localidades.Segundo o ministro da Defesa da Colômbia, Juan Carlos Pinzon, a violência alastrou de Boyaca para outras onze das 32 províncias do país e ainda para Bogotá por efeito da infiltração das FARC.

Pelo seu lado, o ministro do Interior, Fernando Carrillo, considerou que algumas das exigências dos produtores são “justas”, mas sublinhou que “o caminho da violência não levará a nenhuma solução para os problemas, apenas ao aprofundamento da crise”.
 
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