Prisão perpétua para executante e organizador do homicídio de Anna Politkovskaia

Jornalista de investigação russa foi morta à porta de casa em 2006. Mandantes do crime nunca foram identificados.

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Anna Politkovskaia foi assassinada em 2006 JENS SCHLUETER/AFP
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Lom-Ali Gaitukaiev e Rustam Makhmudov Sergei Karpukhi/Reuters

Um tribunal de Moscovo condenou a prisão perpétua o executante e o organizador do assassínio de Anna Politkovskaia, jornalista de investigação russa morta a tiro à porta de sua casa em 2006. Três outros arguidos receberam penas entre os 12 e os 20 anos de prisão.

Com a sentença chega ao fim um conturbado processo judicial, mas não as dúvidas sobre um assassínio que chocou a Rússia e deu visibilidade aos riscos que correm os críticos da política oficial do Kremlin. Oito anos depois da morte de Politkovskaia continua a não saber-se quem ordenou o seu assassínio.

O julgamento concluído nesta segunda-feira condenou a prisão perpétua Rustam Makhmudov, que o tribunal deu como provado ter disparado os tiros fatais contra a jornalista do Novaia Gazeta, publicação muito crítica da política do Presidente Vladimir Putin na república sepatatista da Tchetchénia. À pena mais pesada foi também condenado Lom-Ali Gaitukaiev, tio do atirador e considerado o responsável pela operação.

Dois irmãos de Makhmudov, que seguiram Politkovskaia e avisaram o Rustam de que ela se encaminhava para casa, foram condenados a 12 e 14 anos de prisão, enquanto um antigo polícia moscovita terá de cumprir 20 anos por envolvimento na participação do homicídio. Um outro agente da polícia foi condenado em 2012 a 12 anos de prisão por ter localizado a casa da jornalista e fornecido a arma do crime a Rustam.

Politkovskaia era conhecida, dentro e fora da Rússia, pelas suas investigações aos abusos de direitos humanos, tendo publicado várias reportagens sobre atropelos aos direitos humanos cometidos pelas forças russas durante a guerra na Tchetchénia. Em 2009, os dois irmãos de Rustam e o agente da polícia foram ilibados num processo por colaboração no homicídio, mas o Supremo Tribunal russo ordenou a reabertura das investigações, o que levou às novas detenções.

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