Primeiro-ministro finlandês quebra promessa de receber refugiados em sua casa

Juha Sipila diz agora que não há condições de segurança para cumprir a sua generosa oferta.

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Juha Sipila enfrenta uma enorme pressão política por casua da crise dos refugiados Francois Lenoir /Reuters

Depois de em Setembro de 2015 ter declarado que as portas da sua casa estavam abertas para acolher uma família de refugiados, Juha Sipila voltou atrás na sua decisão, considerando que, face à situação actual do país, tal não seria “razoável”.

Quando em Setembro do ano passado o primeiro-ministro finlandês se mostrou disponível para receber uma família de refugiados na sua casa em Kempele, no Norte da Finlândia, deixou toda a gente estupefacta perante tal afirmação. Na altura, em declaração à rádio pública finlandesa, a YLE, em tom introspectivo afirmou que “todos nós devemos olhar-nos ao espelho e questionar como podemos ajudar”.

Contudo, Sipila recuou na sua oferta generosa, afirmando que, afinal, não poderá cumprir a sua promessa. No domingo, declarou à mesma rádio a que se dirigiu em Setembro que a ideia de acolher uma família de refugiados teria de ser suspensa, apesar de afirmar que poderá ajudar a mesma família, mas de outra forma, até que a situação de fortíssima pressão migratória no país se altere.

O primeiro-ministro finlandês afirmou à YLE que consultou especialistas em segurança para avaliar se seria seguro para uma família com crianças mudar-se neste momento para a sua casa, chegando à conclusão de que, “devido à forte publicidade e à actual situação, tal não seria razoável neste momento”.

Entretanto, a Finlândia juntou-se à Suécia ao anunciar que se prepara para deportar dezenas de milhares de requerentes de asilo. Os dois países nórdicos encontram-se numa situação extremamente difícil para lidar com o enorme fluxo de refugiados e migrantes provenientes, sobretudo, do Médio Oriente, figurando entre os países da União Europeia que mais pedidos per capita recebem, tendo vindo a endurecer o seu discurso nos últimos dias.

O Governo finlandês prevê deportar grande parte dos requerentes de asilo que chegaram ao país em 2015, declarou à AFP Paivi Nerg, responsável do Ministério do Interior finlandês. “Em princípio, estamos a falar de cerca de dois terços, o que significa que aproximadamente 65% dos 32 mil requerentes de asilo terão uma resposta negativa”, afirmou.

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