Presidente do Sudão do Sul anuncia cessar-fogo e libertação de presos políticos

País está mergulhado numa violenta guerra civil desde 2013. Apesar do anúncio do Presidente, não existem garantias de que a trégua seja respeitada.

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O Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir Reuters/STRINGER

O Presidente do Sudão do Sul, país em guerra desde 2013, anunciou um cessar-fogo unilateral e prometeu libertar presos políticos, avança a Reuters. No entanto, não foi dado nenhum sinal de acordo com os rebeldes, o que mantém em dúvida que a trégua possa ser respeitada.

“Instruí o procurador-geral para rever imediatamente os casos daqueles que cometeram crimes contra o Estado, vulgarmente conhecidos como presos políticos, e garantir que sejam realizados os passos necessários para conduzir a sua libertação”, afirmou Salva Kiir durante um discurso na capital Juba. “Eu também declarei o cessar-fogo unilateral com efeito a partir de hoje”, cita ainda a Reuters.

A violência no Sudão do Sul – país que conseguiu a independência do Sudão há apenas cinco anos – estalou no final de 2013, na sequência de uma luta pelo poder entre Salva Kiir e o seu antigo vice-presidente, Riek Machar, que desde então encabeça uma rebelião anti-governamental. Os dois antigos companheiros de armas da luta pela independência são de duas das principais etnias do país, o que tem motivado a emergência de um conflito sectário. Dezenas de milhares de pessoas morreram (as estimativas variam entre 50 mil e 300 mil mortos) e há cerca de três milhões de deslocados.

A guerra provocou também uma nova crise internacional de refugiados no coração de África. Quase quatro mil pessoas chegam ao Uganda todos os dias, onde o campo de refugiados de Bidibidi acolhe 188 mil pessoas. A Etiópia já recebeu 36.600 pessoas e o Congo 57 mil, escreve a Reuters.

As Nações Unidas afirmaram em Dezembro que há um genocídio em curso no Sudão do Sul.

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